“Sou jovem e descobri um câncer”. Essa, infelizmente, é uma situação cada vez mais comum na sociedade brasileira. A descoberta por jovens de uma doença grave muitas vezes encobre outro problema que a pessoa poderá enfrentar no futuro: a infertilidade. “Nos EUA já é recomendado pelas sociedades científicas que os médicos alertem seus pacientes da possibilidade de infertilidade após os tratamentos de quimioterapia. No Brasil, nem sempre os médicos estão alertas e preparados para avisar os pacientes, apesar da recomendação dos conselhos regionais de medicina”, alerta o especialista em reprodução humana e professor de medicina da UFRGS, Joao Sabino da Cunha Filho.
Diretor do Centro de Reprodução Humana Insemine, Sabino lembra que o congelamento de óvulos também pode ser uma alternativa para as mulheres que estão na faixa dos 30 anos e ainda não pensam em engravidar. “Após os 30 anos, a taxa de gestação espontânea entra em declínio e, consequentemente, a dificuldade para engravidar é crescente, variando de mulher para mulher. Após os 35 anos, na maioria das vezes, este número já fica bem menor, iniciando-se um maior declínio da fertilidade. O ovário fica mais velho, independente da aparência física. Uma solução para ´driblar´ esse fator genético e garantir a continuidade da família é o congelamento dos óvulos”, recomenda. Estima-se que uma mulher acima de 38 anos tenha somente 10% dos óvulos que possuía na época da sua primeira menstruação.