Acampamento pretende reunir crianças diabéticas

O encontro tem como principal objetivo de demonstrar às crianças a importância do auto-cuidado.

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Diabetes do tipo 1, que atinge as crianças, é um dos mais prevalentesDiabetes do tipo 1, que atinge as crianças, é um dos mais prevalentes
Diabetes do tipo 1, que atinge as crianças, é um dos mais prevalentes
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O diabetes é uma doença que pode afetar tanto adultos quanto crianças. Conviver com a doença e controla-la é possível, mas são necessários cuidados diários. Enfatizar a necessidade dessas precauções é o objetivo do acampamento que acontece em Passo Fundo, no Centro de Eventos da UPF, de 2 a 4 de maio

Entre os dias 2 e 4 de maio, numa iniciativa do Lions Clube LD-7, Hospital São Vicente de Paulo (HSVP), Universidade de Passo Fundo (UPF) e Ministério Público, acontece uma ação inédita na região: um acampamento para crianças diabéticas. Intitulado de Acampamento da criança diabética: uma vivência sobre autocuidado, o encontro tem como principal objetivo de demonstrar às crianças a importância do auto-cuidado. Isso será possível com os momentos de convivência que serão proporcionados entre os pacientes que enfrentam a doença.

A iniciativa, inédita na região, tem como referência as experiências da Associação de Diabetes Juvenil, sediada em São Paulo, SP. A atividade é destinada a crianças diabéticas de 6 a 12 anos, que fazem uso de insulina e frequentam escola regularmente, seja pública ou privada, residentes em Passo Fundo e região. As crianças inscritas deverão estar acompanhadas de um adulto responsável durante todo o acampamento.

Conforme a assessora de saúde do Lions, Miriam Tombini, explica que os pré-requisitos para as crianças interessadas em participar do projeto são: portadoras de Diabetes tipo 1, que fazem uso de insulina; ter entre 6 e 12 anos de idade; comparecer às reuniões de orientações e esclarecimentos, ter um adulto responsável acompanhando todas as atividades; e dispor de deslocamento próprio, ou apoio da secretaria de saúde do município de origem. “Durante o acampamento as crianças vão ter disponíveis oficinas de alimentação, atividades físicas, oficina de arte, atendimento da odontologia, apresentações de teatro, entre outras programações. A partir das atividades elas vão poder vivenciar que existem outras crianças com o mesmo problema e aprender a lidar com a doença, adquirindo conhecimento para o dia a dia delas”, destaca a médica.

Como participar
O acampamento é totalmente gratuito e as vagas são limitadas. As pré-inscrições devem ser feitas pelo e-mail [email protected] ou por contato telefônico (54) 9229-4444, no horário das 9h às 21h, de segunda a sexta-feira, informando: nome completo da criança; data de nascimento; nome completo do responsável; telefone de contato e e-mail; escola que estuda e série/ano; onde faz seu tratamento do diabetes (unidade de saúde e/ou médico que acompanha). Na UPF, o Centro Universitário de Saúde Coletiva (Ceusc) é o parceiro do Acampamento, por meio do trabalho das professoras Cristiane Barelli e Mariza Cervi.

Diabetes Mellitus

O termo “diabetes mellitus” (DM), segundo o Ministério da Saúde (MS) refere-se a um transtorno metabólico de etiologias heterogêneas, caracterizado por hiperglicemia e distúrbios no metabolismo de carboidratos, proteínas e gorduras, resultantes de defeitos da secreção e/ou da ação da insulina. O diabetes vem aumentando sua importância pela sua crescente prevalência e habitualmente está associado à dislipidemia, à hipertensão arterial e à disfunção endotelial. É um problema de saúde considerado Condição Sensível à Atenção Primária, ou seja, evidências demonstram que o bom manejo deste problema ainda na Atenção Básica evita hospitalizações e mortes por complicações cardiovasculares e cerebrovasculares.

É estimado que o Brasil passe da 8ª posição, com prevalência de 4,6%, em 2000, para a 6ª posição, 11,3%, em 2030. Os fatores de risco relacionados aos hábitos alimentares e estilo de vida da população estão associados a este incremento na carga de diabetes globalmente .

Tipos de diabetes
Os tipos de diabetes mais frequentes são o diabetes tipo 1, anteriormente conhecido como diabetes juvenil, que compreende cerca de 10% do total de casos, e o diabetes tipo 2, anteriormente conhecido como diabetes do adulto, que compreende cerca de 90% do total de casos. Outro tipo de diabetes encontrado com maior frequência e cuja etiologia ainda não está esclarecida é o diabetes gestacional, que, em geral, é um estágio pré-clínico de diabetes, detectado no rastreamento pré-natal.

Outros tipos específicos de diabetes menos frequentes podem resultar de defeitos genéticos da função das células beta, defeitos genéticos da ação da insulina, doenças do pâncreas exócrino, endocrinopatias, efeito colateral de medicamentos, infecções e outras síndromes genéticas associadas ao diabetes.

Diabetes tipo 1
O termo tipo 1 indica destruição da célula beta que eventualmente leva ao estágio de deficiência absoluta de insulina, quando a administração de insulina é necessária para prevenir cetoacidose, coma e morte.

A destruição das células beta é geralmente causada por processo auto-imune, que pode se detectado por auto-anticorpos circulantes como anti-descarboxilase do ácido glutâmico (anti-GAD), anti-ilhotas e anti-insulina, e, algumas vezes, está associado a outras doenças auto-imunes como a tireoidite de Hashimoto, a doença de Addison e a miastenia gravis. Em menor proporção, a causa da destruição das células beta é desconhecida (tipo 1 idiopático).

O desenvolvimento do diabetes tipo 1 pode ocorrer de forma rapidamente progressiva, principalmente, em crianças e adolescentes (pico de incidência entre 10 e 14 anos), ou de forma lentamente progressiva, geralmente em adultos, (LADA, latent autoimmune diabetes in adults; doença auto-imune latente em adultos). Esse último tipo de diabetes, embora assemelhando-se clinicamente ao diabetes tipo 1 auto-imune, muitas vezes é erroneamente classificado como tipo 2 pelo seu aparecimento tardio. Estima-se que 5-10% dos pacientes inicialmente considerados como tendo diabetes tipo 2 podem, de fato, ter LADA.

Diabetes tipo 2
O termo tipo 2 é usado para designar uma deficiência relativa de insulina. A administração de insulina nesses casos, quando efetuada, não visa evitar cetoacidose, mas alcançar controle do quadro hiperglicêmico. A cetoacidose é rara e, quando presente, é acompanhada de infecção ou estresse muito grave.

A maioria dos casos apresenta excesso de peso ou deposição central de gordura. Em geral, mostram evidências de resistência à ação da insulina e o defeito na secreção de insulina manifesta-se pela incapacidade de compensar essa resistência. Em alguns indivíduos, no entanto, a ação da insulina é normal, e o defeito secretor mais intenso.

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