Tratamento hiperbárico: o que é e como funciona?

Em alguns casos mais graves, uso da câmara hiperbárica monopaciente é determinante para a eficácia da terapia

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As câmaras monopacientes permitem ao médico ajustar fatores, como: níveis e velocidade de pressurizaçãoAs câmaras monopacientes permitem ao médico ajustar fatores, como: níveis e velocidade de pressurização
As câmaras monopacientes permitem ao médico ajustar fatores, como: níveis e velocidade de pressurização
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Não é raro, nos consultórios brasileiros, pacientes que sofrem, há muitos anos, com feridas que não cicatrizam ou infecções graves. Esses quadros podem ser ocasionados por diferentes motivos, como: a diabetes, acidentes de trânsito, queimaduras e complicações no pós-operatório.

O que muitos não sabem, porém, é que, para todos esses casos, geralmente prolongados, existe, sim, uma solução, que é rápida. Trata-se de um tratamento moderno, amplamente utilizado nos Estados Unidos, mas ainda recente no Brasil: a oxigenoterapia hiperbárica.
Mas o que é e como funciona? A oxigenoterapia hiperbárica consiste da respiração de oxigênio puro (100%), dentro de uma câmara especial e pressurizada. De acordo com Cláuber Laham, médico hiperbarista, de Sorocaba (SP), na atmosfera, o ser humano respira oxigênio a uma proporção cinco vezes menor e o aumento significativo deste percentual e da pressão fazem com que a circulação sanguínea seja ativada e, consequentemente, o processo de cicatrização.

Tipos de câmara
O tratamento pode ser realizado em dois tipos de câmaras. As multipacientes permitem o tratamento simultâneo de muitas pessoas e são pressurizadas com ar comprimido, enquanto o oxigênio é fornecido através de máscaras ou capuzes. Já, as monopacientes, comportam apenas um indivíduo e são comprimidas com oxigênio puro, o que permite a administração deste gás ao paciente através da inalação do "ar" que circula dentro da própria câmara, sem necessidade do emprego de máscaras e capuzes.

A experiência mostra que os tratamentos realizados nas câmaras mono, onde cada caso é tratado individualmente, o sucesso da terapia pode ser ainda mais eficaz. “Quando tratamos a doença, pensando, isoladamente, em um paciente, fica mais fácil adequar e tratar para que aquele problema específico seja resolvido, com mais agilidade e da maneira correta. Já, quando estamos em uma câmara com muitos pacientes, temos vários problemas diferentes para solucionar, porém apenas uma única forma de resolver, o que pode acabar nivelando o tratamento pela patologia mais grave”, resume.

As câmaras monopacientes permitem ao médico ajustar fatores, como: níveis e velocidade de pressurização, o que é determinante para o tratamento de alguns casos particulares. Outros, inclusive, não podem ser tratados em grupo.

Um exemplo disto é o caso do paciente Jorge Luiz Dias de Almeida, de 51 anos, que teve, em 2009, um derrame pleural (fluido no pulmão). Segundo Almeida, após o derrame, ele foi submetido a uma cirurgia, que demandou uma abertura no tórax. “Depois do procedimento, eu tive uma infecção no local do corte e, há quatro anos, não cicatriza. Então, os médicos me indicaram a oxigenoterapia hiperbárica”, relata.

Laham explica que, em casos como este, em que o paciente tem um quadro específico, como o comprometimento da pleura, é necessário fazer uma descompressão mais lenta da câmara hiperbárica, ou seja, a retirada gradativa do oxigênio. “A descompressão é feita de maneira mais lenta, para que não entre "ar" ou secreção na pleura (camada que recobre o pulmão) desse paciente. Em geral, levamos até seis minutos para retirar um paciente comum da câmara, porém, no caso do Sr. Jorge, por exemplo, levamos mais que o dobro deste tempo. Por isso, o uso da câmara individual é ideal em situações como esta”.

Tratamento
O procedimento da oxigenoterapia hiperbárica é utilizado em todo o mundo e aprovado pelo Conselho Federal de Medicina, desde 1995. A grande novidade é que, desde 2010, o tratamento foi incluído pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) no rol de procedimentos com cobertura obrigatória por todos os planos de saúde para algumas patologias, como é o caso do pé diabético.

Pacientes de todas as idades podem fazer o tratamento, que é indicado para problemas que vão, desde feridas de difícil cicatrização ocasionadas por acidentes, passando por fístulas e deiscências (abertura de feridas operatórias) até infecções graves de pele (erisipela), infecção nos ossos, lesões após radioterapia e queimaduras graves. As sessões duram até duas horas na câmara especial e pressurizada.

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