Atualmente cerca de 60% dos tumores renais são descobertos em estágio inicial durante exames de imagem, como ultrassonografia, tomografia computadorizada ou ressonância magnética. Esse cenário vem impulsionando novas abordagens terapêuticas, favorecendo o tratamento do câncer renal com a preservação do órgão primário.
Segundo o especialista do Núcleo de Urologia do Hospital Samaritano de São Paulo, Pedro Ivo Ravizzini, as técnicas de ablação, que promovem a destruição tumoral no in loco, vêm ganhando espaço dentre o arsenal de terapias atualmente existentes para tratamento de câncer renal. Com maior destaque para o processo de congelamento do tecido tumoral, conhecido como Crioablação.
O urologista explica que a Crioablação consiste na introdução de um crioprobe (uma espécie de agulha) no interior do tumor, por onde são infundidos gases a cerca de 148oC negativos. Ao introduzir os gases forma-se uma bola de gelo na extremidade deste probe, que aos poucos engloba o tumor. Desta forma, as baixas temperaturas causam a morte celular e, neste caso, a destruição das células do tumor renal. “As grandes vantagens da técnica são: a precisão, a baixa morbidade e a preservação dos tecidos vizinhos ao tumor no órgão acometido”, afirma.
Alta no dia seguinte
Todo o processo pode ser realizado através de um pequeno corte na pele, orientado pela tomografia computadorizada, com sedação anestésica. “O paciente pode ter alta no dia seguinte, o que significa um grande custo benefício do ponto de vista socioeconômico. A eficiência do método já foi reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina. Como consequência, alguns convênios começaram a liberar esta modalidade de tratamento”, destaca o especialista.
Vale ressaltar que nem todos os tumores renais podem ser tratados pelo método de Crioablação. Apenas tumores em estágio inicial e bem localizados tem boa indicação para este tipo de tratamento. “Caso contrário, o tratamento indicado continua sendo a cirurgia. Tradicionalmente os tumores renais sempre foram tratados através de procedimentos cirúrgicos. Hoje procedimentos minimamente invasivos, como a cirurgia Laparoscópica ou mesmo a Robótica, oferecem a opção de remoção apenas do tumor renal, preservando o restante do órgão, com baixa morbidade”, afirma Ravizzini.