O parasita Trichomonas vaginalis, responsável pela doença sexualmente transmissível tricomoníase, pode estar ligado ao desenvolvimento do câncer de próstata. Segundo um estudo publicado, esse protozoário secreta uma proteína que estimula a inflamação e a proliferação de células da próstata, desencadeando um processo que pode levar ao surgimento ou à progressão do câncer de próstata. A conclusão é de um estudo publicado na revista científica "Proceedings of the National Academy of Sciences" ("PNAS").
O Trichomonas vaginalis é um parasita muito comum, que infecta cerca de 275 milhões de pessoas ao redor do mundo, segundo os autores do estudo. Em 75% dos homens infectados, a presença do protozoário não produz sintomas. Em casos sintomáticos, os homens podem sentir coceira ou irritação no pênis, ardor após urinar ou ejacular, além de um corrimento branco no pênis. Já as mulheres afetadas podem sentir coceira ou dor na região genital, desconforto ao urinar ou um cheiro desagradável.
Estudos anteriores já haviam encontrado uma relação entre a presença da infeção por Trichomonas vaginalis com a severidade do câncer de próstata, mas os mecanismos dessa relação permaneciam desconhecidos. Agora, pesquisadores avaliaram o papel de uma proteína secretada pelo parasita, chamada fator de inibição da migração de macrófagos. Como essa proteína é parecida com uma proteína humana sabidamente envolvida no início e progressão de alguns tipos de câncer, os cientistas resolveram estudá-la mais a fundo.
O resultado foi que a proteína avaliada realmente está ligada à proliferação das células da próstata e ao aumento da inflamação da região, o que pode estimular o surgimento e o agravamento do câncer de próstata.