Médicos de São José do Rio Preto (SP) realizaram uma cirurgia inédita no Brasil: o primeiro transplante de células-tronco em uma paciente que sofre de doença de Crohn, um problema grave e raro, que não tem cura. O sucesso do procedimento abre precedentes para que mais pessoas sejam beneficiadas por essa inovação na medicina.
Dores abdominais, diarreia e perda de peso são os sintomas mais comuns da doença de Crohn, inflamação do aparelho digestivo que acomete qualquer parte do trato intestinal, da boca ao ânus, e atinge principalmente o íleo (parte final do intestino delgado) e o cólon. Febre, presença de sangue nas fezes, lesões na pele e inflamações oculares podem completar o quadro sintomático.
Os sintomas podem variar de acordo com a severidade do quadro. Na forma leve quase não há dor ou diarreia e a situação tende a passar despercebida. É essencial procurar um especialista, principalmente se os sintomas estiverem se tornando recorrentes, a fim de não confundir com uma infecção intestinal simples. A doença pode avançar de maneira crônica, principalmente se o diagnóstico não for realizado precocemente.
A manifestação mais severa da doença de Crohn tem alto risco de complicações. Entre as mais frequentes estão as obstruções intestinais e o surgimento de fístulas na região próxima da bexiga, da vagina ou ainda da parede abdominal. Se não tratada, a doença pode até levar à morte.
Embora as causas ainda sejam desconhecidas, sabe-se que a inflamação gastrointestinal tem caráter autoimune: em vez de identificar e destruir substâncias estranhas e prejudiciais ao organismo, o sistema imunológico ataca células do intestino.
A ferramenta mais importante para uma correta identificação dessa doença é o relato clínico do paciente. Além disso, os médicos podem pedir exames, como endoscopia e tomografia computadorizada, que revelam áreas de inflamação e de redução do calibre do intestino; ou, ainda, biópsia endoscópica, para confirmar o quadro.