Ministério lança nova campanha de doação de sangue

Necessidade de doação de sangue acompanha crescimento no número de cirurgias eletivas, transplantes e atendimentos de urgências nos últimos anos no país

Por
· 4 min de leitura
Você prefere ouvir essa matéria?
A- A+

O Ministério da Saúde lançou, nesta quarta-feira (11), a nova campanha de incentivo à doação de sangue, que neste ano, ressalta o crescimento de diversas áreas da saúde pública, como transplantes, cirurgias e atendimentos de urgências e o importante papel do sangue doado na garantia desse processo. Com apoio dos Estados e Municípios, por meio da Hemorrede Pública Nacional, a meta é aumentar continuamente a quantidade de doadores de sangue no país e também comemorar o Dia Mundial do Doador de Sangue. 

O Ministério da Saúde decidiu manter o slogan utilizado na campanha anterior ‘Seja para quem for, seja doador’, devido à necessidade de reforçar junto à população que não é preciso conhecer ou ser próximo de alguém para se sensibilizar com a causa e doar sangue. A campanha passa a ser veiculada - a partir de hoje - em rádio, TV, internet e mídia impressa. Além disso, os 32 hemocentros coordenadores e 368 regionais, mais de 1.400 agências transfusionais, além dos núcleos de hemoterapia vão receber o material explicativo (folders).

Para o ministro da Saúde, Arthur Chioro doar sangue é um ato de solidariedade, que salva vidas. “Todos sabem da necessidade e da importância deste ato. É preciso criar o habito de doar. Este é um ato seguro”, afirmou. O ministro acrescentou que o Ministério conseguiu expandir as idades mínima e máxima dos doadores o que possibilitou a abertura para 8,7 milhões novos voluntários.

Atualmente, são coletadas no país, cerca de 3,6 milhões de bolsas/ano, o que corresponde ao índice de 1,8% da população doando sangue. Embora o percentual esteja dentro dos parâmetros da Organização Mundial de Saúde (OMS), o Ministério da Saúde trabalha para aumentar este índice. Em 2012, o Ministério da Saúde reduziu a idade mínima de 18 para 16 anos (com autorização do responsável). Com a expansão das idades mínima e máxima dos doadores, houve a abertura para 8,7 milhões novos voluntários.

Durante o período da Copa do Mundo, os hemocentros estarão disponíveis para prestar o atendimento regular aos doadores.

O Ministério da Saúde vem investindo na rede de sangue em hemoderivados. Os investimentos chegaram a R$ 1,1 bilhão. Os recursos foram aplicados no custeio do serviço (R$ 500,6 milhões), na qualidade da coleta e na modernização das unidades (R$ 610,4 milhões), inclusive com a implantação de tecnologias mais seguras. A ampliação e a renovação do parque tecnológico dos hemocentros incluem itens como a aquisição de centrífugas refrigeradas e reforço de equipamentos de laboratório.

ESTRATÉGIA - A campanha deste ano conta com a participação de pessoas envolvidas em casos reais. A Priscila Takamura, que tem doença falciforme e necessitou de transfusão de sangue com frequência, e Alex Carvalho, que passou por uma cirurgia e precisou de transfusão de sangue. Entre 2003 e 2013, houve aumento de 84% no número de transplantes, saindo de 12.722 para 23.457, 619% em cirurgias, passando de 12,3 milhões para 88,9 milhões, e 627% em atendimentos de urgência, saltando de 898,2 milhões para 9,1 bilhões de procedimentos. Priscila e Alex estão presentes nos materiais de divulgação, que incluem peças como vídeo publicitário, spot de rádio, cartazes e folders e peças de internet.

Nas redes sociais, a mobilização será feita pelo aplicativo de Doação de Sangue do Ministério da Saúde -http://goo.gl/TOX9gL. A página que conta com novos serviços permite que o visitante veja informações, dicas e locais de doação.

SEGURANÇA – No final de 2013, o Ministério da Saúde publicou portaria que tornou obrigatória a realização do Teste NAT (Teste de Ácido Nucleico) em todas as bolsas de sangue coletadas no país. A qualidade da rede de sangue brasileira já é reconhecida internacionalmente. A implantação deste teste, adicionado aos já existentes (sorológico e triagem clínica de doadores de sangue) complementam o controle do sangue doado. A totalidade do sangue coletado na rede pública já é testada pelo NAT.

O Sistema Único de Saúde (SUS) oferta, desde a década de 90, os testes para detecção dos vírus das hepatites B e C, HIV, HTLV I/II, Doença de Chagas, Sífilis e Malária (na Região Norte). O exame reduz a chamada “janela imunológica” para a identificação mais rápida destes vírus.

Desde 2011, o NAT passou a ser implantado por meio do desenvolvimento gradativo de tecnologia nacional, sem importação de produtos e com rigorosos processos que garantem a qualidade do sangue. O Teste NAT brasileiro é produzido pelo laboratório público Bio-Manguinhos, da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz). A Fiocruz desenvolve tecnologia para detecção da hepatite B no teste NAT com previsão de uso a partir do segundo semestre de 2014.  

PERFIL– No Brasil, a remuneração da doação de sangue é proibida. Do total de pessoas que procuram os hemocentros, 64,8% são doadores do sexo masculino e 35,1% são do sexo feminino. A faixa etária que mais realiza doações vai de 18 a 29 anos (41,3%). As demais faixas, acima dos 29 anos, respondem por 58,6% das doações. 

SERVIÇO

Quem pode doar: pessoas com peso - de no mínimo - 50 quilos; ter entre 18 e 69 anos. Também podem ser aceitos candidatos à doação de sangue com idade entre 16 e 17 anos, com o consentimento formal do responsável legal.

Quem não pode doar: quem teve diagnóstico de hepatite após os 11 anos de idade; mulheres grávidas ou amamentando; pessoas que estão expostas a doenças transmissíveis pelo sangue como aids, hepatite, sífilis e doença de chagas; usuários de drogas; aqueles que tiveram relacionamento sexual com parceiro desconhecido ou eventual, sem uso de preservativos.

Gostou? Compartilhe