Uso do tablet no HSVP completa dois anos

Tecnologia Assistida é entendida como um auxílio que promove a ampliação de uma habilidade funcional deficitária ou possibilita a realização da função desejada do paciente.

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Através do tablet pacientes podem se comunicar e auxiliar no tratamentoAtravés do tablet pacientes podem se comunicar e auxiliar no tratamento
Através do tablet pacientes podem se comunicar e auxiliar no tratamento
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A tecnologia está presente cada dia mais em nossas vidas. Tablets e smartphones tornaram-se indispensáveis para comunicação, trabalho e diversão de muitos. Na medicina, não é diferente. No Hospital São Vicente de Paulo (HSVP) de Passo Fundo, a tecnologia é aliada no cuidado e na comunicação com os pacientes. Há dois anos, no Centro de Tratamento Intensivo (CTI) do HSVP uma pesquisa foi desenvolvida e o tablet passou a ser usado na comunicação dos pacientes, que podem expressar a dor e suas vontades, através de um software desenvolvido para esta finalidade.

A pesquisa Comunicação Verbal em Unidade de Terapia Intensiva: Validação do Uso do Tablet no Relacionamento Interpessoal do Profissional de Saúde e Paciente, desenvolvida pela enfermeira Graciela de Brum Palmeiras, sob orientação dos professores Dr. Adriano Pasqualotti e Dr. Luiz Antônio Betinelli, do Programa de Pós graduação em Envelhecimento Humano da Universidade de Passo Fundo (UPF) foi motivada para auxiliar a comunicação de pacientes traqueostomizados, internados no CTI do HSVP. Traqueostomia consiste em um procedimento cirúrgico no pescoço que estabelece um orifício artificial na traqueia, abaixo da laringe. “A impossibilidade de comunicação oral pelo paciente dificulta o seu relacionamento com a equipe de saúde, podendo obter resultados inesperados. Essa é uma situação difícil para todos os envolvidos, gerando ansiedade, irritação e frustração tanto para o paciente como para os profissionais de saúde”, aponta Graciela.

Segundo a pesquisadora, a Tecnologia Assistida é entendida como um auxílio que promove a ampliação de uma habilidade funcional deficitária ou possibilita a realização da função desejada do paciente. Conforme Graciela, a comunicação do paciente com a equipe se dá por meio de figuras e desenhos exibidas dinamicamente, selecionando-as com botões no display do tablet, por meio de tela de desenho ou por mensagens escritas em um teclado virtual, sensível ao toque. “As figuras desenhadas especialmente para o aplicativo, contemplam situações vinculadas às necessidades relacionadas ao paciente, como dor, coceira, frio, calor, alimentação, higienização, ambiente hospitalar, troca de posição na cama, luminosidade, aos objetos pessoais ou às visitas”.

Experiências no hospital
O enfermeiro do CTI do HSVP, Maurício Luzzi, conta que desde que a ferramenta foi implantada, em junho de 2012, auxiliou muito no cuidado com os pacientes. Ele enfatiza que muitas experiências positivas foram observadas. “Com o tablet os pacientes conseguiram se comunicar, passar a dificuldade que eles estavam tendo, a dor que estavam sentindo e nos podíamos ajudar, isso é muito gratificante”.

Em relação a quem pode usar o tablet, Luzzi explica que pacientes, geralmente traqueostomizados, com um nível de consciência e que conseguem movimentar uma das mãos. “A ferramenta é apresentada para o paciente, se ele se adaptar ao uso torna-se um aliado, caso não se adapte buscamos outras alternativas”.

A alegria do paciente
Há mais de 100 dias internado no CTI do HSVP, Luis Francisco Três, 66 anos, usou o tablet pela primeira vez para se comunicar. Ansioso, querendo pedir algo e se comunicar com a equipe, ele ouviu o enfermeiro dizer que seria através do tablet que ele iria pedir o que desejasse. Ouviu as explicações e conforme as imagens apareciam ele ia clicando. De início o paciente sinalizou que queria apagar a luz. Sua solicitação foi atendida e a felicidade de poder se comunicar estava estampada em seu rosto.

“Para nós é gratificante ver a reação positiva dos pacientes em relação ao tablet. Os familiares aprovam e pedem que o uso da tecnologia seja efetuado”, conta o enfermeiro, ressaltando ainda que o tablet é usado também após a alta do CTI nos postos de internação, e até mesmo em casa, pois os familiares são orientados quanto ao uso da 

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