Teste do coraçãozinho: mais um aliado na saúde do bebê

O exame é capaz de detectar precocemente cardiopatias graves e diminui o percentual de recém-nascidos que recebem alta sem o diagnóstico de problemas que podem levar ao óbito ainda no primeiro mês de vida.

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Dados da Sociedade Brasileira de Pediatra indicam que, em cada mil bebês nascidos vivos, de oito a dez podem apresentar malformações congênitas e, desses, dois podem apresentar cardiopatias graves, em que há a necessidade de intervenção médica o mais rápido possível. Em Passo Fundo, o teste já vem sendo feito nos hospitais. No ano passado, por exemplo, somente no Hospital São Vicente de Paulo realizou mais de 10 mil testes de triagem em recém-nascidos, que incluem o do coraçãozinho. Os testes da Orelhinha, Coraçãozinho, Olhinho e Pezinho detectam precocemente problemas com a visão, cardiopatias, distúrbios de audição, doenças metabólicas, genéticas e infecciosas, garantindo a saúde do bebê para o longo de sua vida. Todos os bebês que nascem na instituição são submetidos aos testes, que são rápidos e disponibilizados gratuitamente.

Aplicados por profissionais capacitados, os testes trazem segurança e tranquilidade para mães e pais. Dos 8.531 testes, 2.658 foram da Orelhinha, 2.882 do Olhinho e 2.991 do Coraçãozinho. Por ser realizado a partir do terceiro dia de vida do bebê, o teste do Pezinho muitas vezes, é efetuado em outra unidade, já que a mãe recebe alta hospitalar.

A pediatra do HSVP, Liege Mozzatto, explica que os testes de triagem são muito importantes pois, identificam as doenças antes de elas se manifestarem. “Normalmente, os bebês nascem bem, sem nenhuma alteração no exame físico, no entanto, se os testes não forem realizados poderemos ter um diagnóstico tardio e dependendo da situação, o bebê pode ficar com uma sequela irreversível”, aponta a especialista, ressaltando ainda que o teste do Coraçãozinho não é obrigatório no Rio Grande do Sul, mas que o HSVP já o implantou para melhorar o atendimento aos recém-nascidos.

Os testes que apresentam alguma alteração são refeitos e inicia-se uma investigação mais completa. Caso o problema se confirme o tratamento começa imediatamente. “De uma maneira geral, quanto mais cedo detectarmos alguma alteração, melhor será o prognóstico do bebê”, ressalta Liege. Em termos de detecção de alguma alteração, a pediatra aponta que a cada mil testes do Coraçãozinho, em média 10 ou 12 apresentam alguma cardiopatia. Já nos testes do Olhinho e Orelhinha, a cada mil nascimentos, em média três a quatro apresentam problemas.

Os bebês internados no CTI Pediátrico Neonatal, segundo a especialista, apresentam um maior risco e por isso, eles realizam diversos testes e retestes enquanto estão internados.

Entrevista
Medicina & Saúde - Qual a importância da realização deste teste?
Liege Mozzatto – O teste permite identificar precocemente se o bebê tem alguma doença grave no coração e, em caso positivo, o paciente é submetido ao exame de ecocardiograma para confirmar o diagnóstico. O procedimento é simples, rápido e indolor. Consiste em medir a oxigenação do sangue na mão e no pé do recém-nascido com o auxílio de um oxímetro. Várias cardiopatias congênitas podem ser diagnosticadas com um ecocardiograma fetal, mas a grande maioria da população não tem acesso ao exame. Para evitar que as crianças com problemas cardíacos graves deixem o hospital sem um diagnóstico, o teste do coraçãozinho é apontado como uma alternativa.

Medicina & Saúde – Desde que quando existe?
Liege Mozzatto – O exame de oximetria de pulso, mais conhecido como Teste do Coraçãozinho, é realizado de forma universal como parte da triagem neonatal do Sistema Único de Saúde. O hospital São Vicente de Paulo realiza-o desde 2010.

Medicina & Saúde – Até que idade pode ser feito?
Liege Mozzatto - O teste do coraçãozinho deve ser realizado entre 24 e 48h após o nascimento, antes da alta hospitalar. De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria, cerca de 10 em cada mil nascidos podem apresentar alguma cardiopatia congênita e, entre esses, 2 podem ter cardiopatias graves e precisar de intervenção médica urgente.

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