Como o cigarro pode prejudicar os períodos pré e pós-operatório

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Alcatrão, monóxido de carbono, nicotina, formol, solventes e amônia. Essas são apenas algumas das cerca de 4.700 substâncias tóxicas presentes no cigarro. Esses conteúdos somados aos demais presentes no cigarro causam, dentre vários problemas de saúde, a diminuição na capacidade de oxigenação sanguínea, causando obstruções vasculares e alterando a resistência que o sangue oferece ao seu próprio movimento – e isso pode causar um grande problema quando se trata de cicatrização, por exemplo.

Para pessoas que desejam fazer uma cirurgia plástica, é preciso parar de fumar por pelo menos sete dias antes do procedimento e três dias após a realização. “Mas o ideal mesmo é parar de fumar com meses ou semanas de antecedência. A nicotina interfere diretamente na cicatrização da pele – e, se a pele demora para cicatrizar, os microrganismos podem penetrar na cirurgia e produzir uma indesejada infecção” explica o cirurgião plástico Alderson Luiz Pacheco, de Curitiba.

O especialista comenta que tanto fumar o cigarro quanto somente a inalação da sua fumaça prejudicam na cicatrização, porque ambas as ações fazem mal às células formadoras de colágeno, os fibroblastos, que são essenciais para a cicatrização. “Além disso, o cigarro facilita com que haja a necrose da extremidade da pele descolada durante a cirurgia ou ainda trombose e embolias. Isso acontece porque a vasoconstrição apresentada pelo fumante diminui o fluxo de sangue, afetando o aporte de oxigênio aos tecidos, podendo ocasionar a necrose do tecido”, resume Pacheco.

Como se não bastasse, o cigarro também aumenta as chances de uma cicatriz hipertrófica e com quelóides. “Portanto, sempre lembro que: para quem é fumante, o ideal é programar a cirurgia com antecedência e suspender o fumo pelo menos um mês antes, pois além de aumentar as possibilidades da cicatrização ser bem sucedida, há também a chance de o resultado ser mais satisfatório, tanto para o paciente quando para o médico”, explica.
Para aqueles que desejam largar o vício, o médico indica algumas soluções práticas que podem ser seguidas no dia-a-dia. “Sempre digo para o fumante retardar a hora do primeiro cigarro. Assim, ele passa a consumir menos cigarros por dia. Outras dicas são mudar os hábitos – como, por exemplo, evitar locais que tenham muitos fumantes e escovar os dentes logo após a refeição. Essas pequenas atitudes ajudam a ficar longe do cigarro por mais tempo. Fazer atividades físicas e evitar o consumo de álcool também são pontos positivos” conclui Pacheco.

 

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