Uma nova técnica chamada de fisioterapia aquática está mudando o cenário em alguns setores de pediatria dos hospitais. Uma delas é a do Hospital da Cidade, que se utiliza de “ofurôs” para o banho dos bebês. Técnica tem mostrado ser extremamente benéfica para os recém-nascidos prematuros. O método também é utilizado no Hospital São Vicente de Paulo
Garantir o conforto dos bebês prematuros é uma preocupação constante de quem trabalha em setores de pediatria de hospitais. E a cada diz surgem novas técnicas em benefícios desses bebês. Uma delas, e que vem ganhando espaço em todo o país, é a utilização de “ofurôs” para o banho desses pequeninos. No Hospital da Cidade de Passo Fundo está técnica de fisioterapia aquática vem sendo utilizada desde o ano passado.
Segundo a fisioterapeuta da instituição, Débora D`Agostini Jorge Lisboa, a fisioterapia aquática, popularmente conhecida como banho de ofurô, “tem como objetivo promover redução do choro e da angústia, melhorar o comportamento e qualidade do sono, e principalmente, a redução da dor dos recém-nascidos, através da estimulação tátil e cinética”, comenta.
De acordo com ela, a dor provoca nos recém-nascidos inúmeros efeitos deletérios, como alterações metabólicas, elevação nos níveis de hormônios circulantes, suscetibilidade às infecções, alteração do fluxo sanguíneo cerebral, hipoxia, alterações dos padrões do sono e vigília, além de alterações comportamentais e de desenvolvimento. “Nesta técnica, o recém-nascido prematuro é colocado em um balde específico com água morna a aproximadamente 36 graus, simulando o líquido amniótico. O formato do balde permite que o bebê fique em uma posição semelhante à adotada no útero materno, sendo que o relaxamento é instantâneo. A técnica é indicada para recém-nascidos prematuros com mais de 1kg e que apresentem sinais de dor, estresse, irritação e alteração do sono”, salienta a fisioterapeuta.
Entrevista
Medicina & Saúde – Desde quando o Hospital da Cidade usa essa técnica? Por que passaram a usar?
Débora D`Agostini Jorge Lisboa – A técnica começou a ser realizada no Hospital da Cidade de Passo Fundo em agosto de 2013, com o objetivo de reduzir os sintomas de irritabilidade, estresse, dor e alteração do sono apresentados pelos recém-nascidos prematuros internados na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal. Observou-se, em uma fase inicial, uma boa resposta dos recém-nascidos submetidos a esta técnica, com melhora dos sintomas, sendo esta utilizada até os dias de hoje.
Medicina & Saúde – De onde surgiu a ideia?
Débora D`Agostini Jorge Lisboa – A ideia de utilizar esta modalidade de tratamento surgiu após a participação em um Congresso no Hospital Albert Einstein em São Paulo, onde foi demonstrada a técnica da fisioterapia aquática e seus benefícios aos recém-nascidos prematuros. Após este congresso, optou-se pela introdução da utilização da técnica de forma rotineira no Hospital da Cidade de Passo Fundo.
Medicina & Saúde – Quantos bebês já se beneficiaram disso?
Débora D`Agostini Jorge Lisboa – A técnica da fisioterapia aquática foi realizada em mais de 25 recém-nascidos prematuros desde a sua introdução, sendo que, alguns recém-nascidos se beneficiam da técnica mais de uma vez no seu período de internação.