Problemas para discriminar cores tornam-se mais comum com a idade

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Poucas pessoas com menos de 70 anos apresentem problemas para discriminar as cores, a taxa aumenta rapidamente nas décadas posteriores da vidaPoucas pessoas com menos de 70 anos apresentem problemas para discriminar as cores, a taxa aumenta rapidamente nas décadas posteriores da vida
Poucas pessoas com menos de 70 anos apresentem problemas para discriminar as cores, a taxa aumenta rapidamente nas décadas posteriores da vida
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A falta de discriminação de cores sutis é uma anormalidade relacionada com o envelhecimento que geralmente passa despercebida

A visão de cor anormal aumenta significativamente com o envelhecimento. O problema afeta a metade ou mais das pessoas nos grupos etários mais velhos, relata um estudo. Embora poucas pessoas com menos de 70 anos apresentem problemas para discriminar as cores, a taxa aumenta rapidamente nas décadas posteriores da vida. A maioria dos problemas encontrados relaciona-se com as cores azul-amarelo.

Problemas aumentam com a idade
Para chegar aos resultados finais, os pesquisadores aplicaram testes de visão de cores em uma amostra aleatória de 865 idosos, numa faixa etária que abrangia pessoas de 58 a 102 anos. O estudo excluiu pacientes com qualquer tipo de problema congênito para discriminar cores, como o daltonismo, por exemplo. Os tipos e as taxas de anomalias para discriminação de cores foram avaliados em diferentes faixas etárias.

No geral, 40% dos participantes tiveram resultados anormais em um dos dois testes de visão de cores empregados no estudo. 20% falharam em ambos os testes. A taxa de falha foi marcadamente maior nos grupos etários mais velhos. Embora anormalidades para discriminar as cores sejam incomuns em pessoas com menos de 70 anos, elas estão presentes em cerca de 45% das pessoas em meados dos 70 anos, em até 50% das pessoas com 85 anos ou mais e em quase dois terços das pessoas em meados de 90 anos.


Quase 80% das anormalidades para discriminar cores envolviam a confusão dos tons mais claros de azul contra o roxo e de amarelo contra o verde e o amarelo-esverdeado. Estes erros na discriminação do "azul-amarelo" são distintos dos erros "vermelho- verde", observados em pessoas com daltonismo, que afeta cerca de 8% dos homens e 0,5% das mulheres. Embora os dois testes apresentassem diferentes índices de falha, eles detectaram frequências semelhantes de erros azul-amarelo.

Defeitos mais graves podem afetar o dia a dia
“Os resultados deste estudo confirmam estudos anteriores que mostram que a discriminação de cores se deteriora de forma mensurável com o envelhecimento. A falta de discriminação de cores sutis é uma anormalidade relacionada com o envelhecimento que geralmente passa despercebida”, afirma o oftalmologista Virgílio Centurion, diretor do IMO, Instituto de Moléstias Oculares.
No entanto, os pesquisadores observam que quase 20% dos idosos erraram o mais fácil dos dois testes, projetado apenas para detectar defeitos suficientemente graves para afetar o desempenho na vida diária. Esses indivíduos, segundo os pesquisadores, teriam problemas realizando algumas tarefas diárias que dependem da discriminação de cores.

“Os pesquisadores discutem os fatores que podem contribuir para as alterações na discriminação das cores com o envelhecimento, e, especialmente, na diferenciação do azul-amarelo. Estes fatores podem ser a diminuição da pupila, com consequente entrada de menor quantidade de luz; amarelamento do cristalino (catarata); alteração macular levando à menor sensibilidade para cores (degeneração); a admissão de menos luz nos olhos e as alterações na sensibilidade para identificar cores. Todos estes fatores já são conhecidos e decorrem do envelhecimento”, diz a oftalmologista Roberta Velletri, que também integra o corpo clínico do IMO.

O aumento das taxas de doenças oculares é um outro fator contribuinte potencialmente importante. “As doenças mais comuns relacionadas ao envelhecimento ocular - glaucoma, degeneração macular relacionada à idade, catarata e retinopatia diabética - produzem anomalias na discriminação das cores azul-amarelo”, informa a médica.

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