Mês de lembrar importância da prevenção ao câncer de mama

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O Outubro Rosa, iniciativa com o intuito de alertar sobre os riscos do câncer de mama e importância do diagnóstico precoce, definitivamente entrou no calendário de atividades de Passo Fundo. As duas maiores instituições de saúde da cidade já organizaram as atividades

O mês será de atividades especiais no Hospital São Vicente de Paulo, onde a decoração na cor rosa deverá alertar para a comemoração do Outubro Rosa. Dentre as atividades previstas, segundo a assessoria de comunicação, estão palestras e distribuição de folderes. O foco da campanha no Hospital São Vicente este ano será a prevenção, por conta disso, as mulheres que fizerem seus exames na instituição, receberão um mimo. Também estão previstas atividades da instituição junto com os integrantes da Residência Multiprofissional de Atenção ao Câncer, da Universidade de Passo Fundo.

No Hospital da Cidade, por exemplo, várias atividades já estão marcadas. Uma delas é uma feira de saúde, que será realizada no dia 9 de outubro, nos turnos da manhã e tarde, aberta a todos os interessados em participar. A ação, segundo a enfermeira Angela Bortolini, do Serviço de Oncologia, será realizada no Espaço Multiuso do Edifício Centenário e vai ocorrer das 8h às 12h e das 13h às 17h. A feira vai contemplar a orientações para prevenção do câncer e promoção da saúde. Outra feira, nos mesmos moldes, será realizada pela instituição no dia 19 de outubro, no Bourbon, das 14h às 17h. Ainda durante o mês de outubro, no dia 21, está previsto o lançamento do Grupo de Apoio a Pacientes com Câncer. “Estamos organizando também algumas palestras dos nossos médicos em algumas empresas, para conscientizar sobre a prevenção”, completa Angela.

Entrevista

Medicina & Saúde - Qual o objetivo da realização do Outubro Rosa ?
Luis Alberto Schlittler - O movimento popular internacionalmente conhecido como Outubro Rosa é comemorado em todo o mundo. O nome remete à cor do laço rosa que simboliza, mundialmente, a luta contra o câncer de mama e estimula a participação da população, empresas e entidades. Assim, o mês de outubro é marcado por ações do Ministério da Saúde e de diversos órgãos e entidades que intensificam os esforços pela detecção precoce do câncer de mama. São 31 dias dedicados a reflexões e ações sobre o tema, mostrando os avanços já conquistados e também o desafio para vencer o câncer que atinge um grande número de brasileiras por ano. O Outubro Rosa foi criado no início da década de 90, mesma época em que o símbolo da prevenção ao câncer de mama, o laço cor-de-rosa, foi lançado pela Fundação Susan G. Komen for the Cure e distribuído aos participantes da primeira Corrida pela Cura, realizada em Nova York (EUA) e, desde então, promovido anualmente em diversos países. No Brasil, a primeira iniciativa em relação ao Outubro Rosa ocorreu em 02 de outubro de 2002, com uma inusitada intervenção artística. O Obelisco do Ibirapuera, local conhecido em São Paulo e originalmente chamado de monumento mausoléu do Soldado Constitucionalista, recebeu no dia uma iluminação cor-de-rosa. A iniciativa de iluminar o obelisco em homenagem ao Outubro Rosa foi de um grupo de mulheres simpatizantes com a causa do câncer de mama com o apoio de uma empresa europeia de cosméticos. O governo brasileiro, através do INCA, passou a integrar a mobilização do outubro rosa a partir de 2010.

Medicina & Saúde - Qual a incidência do câncer de mama no Brasil? No RS a incidência é maior?
Luis Alberto Schlittler - O câncer de mama é primeira causa de mortes frequentes por câncer em mulheres e a quinta causa de morte por câncer em dados gerais, segundo Organização Mundial da Saúde. Para o Brasil, em 2014, são esperados 57.120 casos novos de câncer de mama, com um risco estimado de 56,09 casos a cada 100 mil mulheres. Sem considerar os tumores de pele não melanoma, esse tipo de câncer no Brasil é mais frequente nas mulheres das regiões Sul e Sudeste (71 casos a cada 100 mil habitantes).

Prevenção é a chave
De acordo com Luis Alberto Schlittler, o sucesso da prevenção de câncer se baseia na detecção precoce e na mudança de hábitos pessoais, procurando eliminar fatores causais do câncer. “A detecção do câncer em fase precoce aumentando as chances de cura e sobrevida, já que a cura de qualquer tipo de tumor é tanto maior quanto mais inicial é a fase em que são diagnosticados e tratados”, comenta.

Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), as formas mais eficazes para detecção precoce do câncer de mama são o exame clínico da mama e a mamografia. Para o controle do câncer de mama, é recomendado que as mulheres realizem exames periodicamente, mesmo que não tenham alterações. É necessário que a mulher conheça o próprio corpo e caso veja alguma alteração, já procure atendimento médico, pois o exame das mamas realizado pela própria mulher não substitui o exame físico realizado por profissional de saúde em atendimento hospitalar qualificado para essa atividade.

“O diagnóstico precoce aumenta a chance de cura do câncer de mama. O exame clínico das mamas é o procedimento onde o médico ou enfermeiro observa e apalpa as mamas da paciente na busca de nódulos ou outras alterações. A mamografia é a um tipo de radiografia da mama que é capaz de mostrar lesões em fase inicial e até muito pequenas (milímetros) e assim, permite a detecção precoce do câncer de mama. Nesse aparelho, a mama é comprimida de forma a fornecer melhores imagens, e, portanto, melhor capacidade de diagnóstico. O desconforto provocado é discreto e suportável”, ressalta o médico.

Schlittler lembra ainda que a mamografia realizada com abrangência de toda a população é o único exame que em vários estudos comprovadamente diminui a mortalidade por câncer de mama, a um custo aceitável. “A mamografia é recomendada com periodicidade anual para mulheres a partir dos 40 anos de idade. O ultrassom das mamas ajuda a diferenciar lesões palpáveis entre sólidas (mais possivelmente malignas) e císticas (preenchidas com líquido, menos provável que se trate de lesões malignas)”, completa.

O ultrassom serve como complementar a mamografia , principalmente em pacientes co mamas mais densas. “A ultrassonografia das mamas não causa dor, e é um exame rápido. Ele deve ser feito por profissional com vasta experiência, já que se trata de um exame altamente dependente da habilidade de quem o realiza. Além disso, e de maneira importante, a ressonância magnética nuclear das mamas é hoje indicada, conjuntamente com a mamografia, para fazer o rastreamento em mulheres com alto risco de desenvolver câncer de mama, como no caso de mulheres com história familiar importante, ou mulheres sabidamente com uma predisposição genética ao câncer”, salienta Schlittler.

Colaborou
Luis Alberto Schlittler, médico Oncologista do Centro Integrado de Terapia Onco-Hematologica e do Hospital da Cidade de Passo Fundo


Como surgiu
O movimento popular internacionalmente conhecido como Outubro Rosa é comemorado em todo o mundo. O nome remete à cor do laço rosa que simboliza, mundialmente, a luta contra o câncer de mama e estimula a participação da população, empresas e entidades. Este movimento começou nos Estados Unidos, onde vários Estados tinham ações isoladas referente ao câncer de mama e ou mamografia no mês de outubro, posteriormente com a aprovação do Congresso Americano o mês de Outubro se tornou o mês nacional (americano) de prevenção do câncer de mama.
A história do Outubro Rosa remonta à última década do século 20, quando o laço cor-de-rosa, foi lançado pela Fundação Susan G. Komen for the Cure e distribuído aos participantes da primeira Corrida pela Cura, realizada em Nova York, em 1990 e, desde então, promovida anualmente na cidade.

Em 1997, entidades das cidades de Yuba e Lodi nos Estados Unidos, começaram efetivamente a comemorar e fomentar ações voltadas a prevenção do câncer de mama, denominando como Outubro Rosa. Todas ações eram e são até hoje direcionadas a conscientização da prevenção pelo diagnóstico precoce. Para sensibilizar a população inicialmente as cidades se enfeitavam com os laços rosas, principalmente nos locais públicos, depois surgiram outras ações como corridas, desfile de modas com sobreviventes (de câncer de mama), partidas de boliche e etc.
A ação de iluminar de rosa monumentos, prédios públicos, pontes, teatros e etc. surgiu posteriormente, e não há uma informação oficial, de como, quando e onde foi efetuada a primeira iluminação. O importante é que foi uma forma prática para que o Outubro Rosa tivesse uma expansão cada vez mais abrangente para a população e que, principalmente, pudesse ser replicada em qualquer lugar, bastando apenas adequar a iluminação já existente.

 


(Fonte: Instituto Neo Mama de Prevenção e Combate ao Câncer de Mama)

 

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