Alergia alimentar atinge cerca de 20% da população mundial

A importância do diagnóstico correto na alergia alimentar em debate na UPF. Tema foi abordado na abertura do 1º Simpósio de alergia Alimentar do Planalto Médio

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Problema afeta principalmente as crianças, que acabam passando vários anos em busca de um tratamento adequadoProblema afeta principalmente as crianças, que acabam passando vários anos em busca de um tratamento adequado
Problema afeta principalmente as crianças, que acabam passando vários anos em busca de um tratamento adequado
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Muitos mitos estão presentes no que se refere à alergia alimentar. As diversas abordagens e conceitos acabam atrapalhando um diagnóstico correto e, consequentemente, o tratamento adequado. O assunto foi o foco da abertura do 1º Simpósio de Alergia Alimentar do Planalto Médio, realizado pela Faculdade de Medicina da Universidade de Passo Fundo (FM/UPF), em parceria com o Centro Universitário de Saúde Coletiva (Ceusc). O evento, voltado para acadêmicos dos cursos da área da saúde, profissionais e a comunidade foi realizado em setembro no Campus II da UPF.

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), nos países industrializados, as alergias afetam entre 10 a 25% das crianças e até 10% dos adultos, mas esse número pode ser ainda maior, uma vez que o diagnóstico correto é um dos desafios dos profissionais que atuam na área. Na opinião do professor Arnaldo Porto Neto, coordenador do evento, é fundamental que a Universidade esteja presente nos debates que abordam temas atuais. Com essas ações, o professor acredita que as dúvidas serão esclarecidas e serão encontradas alternativas para a melhoria do diagnóstico e tratamento. “Um dos motivos é explicar a diferença entre intolerância e alergia alimentar. A intolerância é quando o organismo reage a um carboidrato, um açúcar, então acontece com a lactose, sacarose, entre outros. A alergia é desenvolvida quando acontece uma reação do organismo contra uma proteína, ou seja, uma alergia à proteína do leite de vaca, uma alergia à proteína do glúten. E essa confusão acontece tanto no meio leigo quanto no meio médico”, explica.

Mudanças necessárias
Para o Renzo Pini, pediatra e professor no Hospital de Rimini, na Itália, a intensão de encontros como este é, antes de tudo, esclarecer o que realmente é alergia. Ele ressalta que os órgãos de saúde apontam que até 20% da população mundial tem alergia alimentar, mas na verdade, segundo o palestrante, apenas 1% verdadeiramente possui a doença.

Essa dificuldade prejudica quem possui a alergia e afeta principalmente as crianças, que acabam passando vários anos em busca de um tratamento adequado. A ideia, de acordo com Pini, é discutir juntos como médicos, comunidade e pais, podem tentar criar um conceito de diagnóstico comum para os pacientes. “Queremos que os pais de crianças atingidas tenham acesso ao conhecimento de como deve ser o tratamento e como é importante diferenciar a alergia das demais possibilidades. Os alimentos foram feitos para serem consumidos e apenas tirá-los da dieta das pessoas, e principalmente das crianças, de fato não é a melhor alternativa, uma vez que esse alimento fará falta na construção e desenvolvimento da pessoa”, pontuou.

Além da procura pelo diagnóstico correto, a elaboração de políticas públicas que facilitem o acesso a medicamentos e alimentos especiais e o contato com informações corretas também são obstáculos. Para a Vice-Reitora de Extensão e Assuntos Comunitários da UPF, Bernadete Maria Dalmolin, a UPF assume a responsabilidade de ser uma Instituição comunitária oferecendo momentos e espaços para troca de experiências entre o público leigo e profissionais. Para ela, todos os atores envolvidos nesse processo podem e devem pensar mudanças. “Esse tema mostra o quanto a Universidade está preocupada e ligada à realidade. O assunto escolhido trata profundamente de um problema do mundo contemporâneo, que trata das transformações que foram acontecendo ao longo da nossa história e isso, assim como trouxe avanços fundamentais, trouxe alguns problemas que precisamos enfrentar. Para isso, a academia se faz necessária, para discutir, aprofundar e ver que possibilidades nós temos de qualificação da nossa vida diante desse momento”, frisou.

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