Hérnia de Disco

Por Mario Peres

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Causas da Hérnia de Disco

O disco é uma estrutura de cartilagem, que tem a função de amortecer o impacto entre as vértebras da coluna vertebral cervical, torácica e lombar. No interior da coluna vertebral existe um canal por onde passa a medula espinhal ou nervosa. Quando este disco sai de sua posição normal, podendo comprimir alguma estrutura nervosa, chamamos de hérnia de disco.
Os discos intervertebrais desgastam-se com o tempo e o uso repetitivo, o que facilita a formação de hérnias de disco, ou seja, a extrusão de massa discal que se projeta para o canal medular através de uma ruptura da parede do anel fibroso. O problema é mais frequente nas regiões lombar e cervical, por serem áreas mais expostas ao movimento e que suportam mais carga.
As hérnias de disco podem ser protrusas, extrusas, ou sequestradas: quando um fragmento migra dentro do canal, para cima, para baixo ou para o interior do forâmen.

Sintomas da hérnia de disco
Os sintomas da hérnia de disco vão depender se a hérnia de disco é cervical ou lombar.

Sintomas da hérnia de disco lombar
Os sintomas mais comuns da hérnia de disco lombar são formigamentos (parestesias) com ou sem dor na coluna, geralmente com irradiação para membros inferiores, a perna, podendo chegar até o pé. A chamada dor ciática é uma dor que começa na região lombar e irradia por trás, pelas nádegas, podendo ser direita ou esquerda, por vezes até dos dois lados. O formigamento pode acompanhar a dor, pode também ocorrer perda de força, dificuldade em caminhar, e em casos mais graves até o descontrole das fezes, urina e perda da função sexual, normalmente um sinal de compressão da medula.

Sintomas da hérnia de disco cervical
Quando a hérnia de disco está localizada no nível da cervical, do pescoço, pode haver dor na nuca, dor na cervical, no pescoço, ombros, na escápula, com irradiação para braços. A hérnia de disco cervical causa sintomas de formigamento nos braços, normalmente um formigamento de um lado só, no braço esquerdo ou braço direito, podendo chegar até os dedos, por vezes, dependendo do nível da hérnia de disco cervical, pode formigar os dois últimos dedos da mão esquerda ou direita. Pode aparecer também perda de força no braço, dificuldade em levantar o braço (direito ou esquerdo), dificuldade em pegar objetos com a mão.
A hérnia de disco cervical pode gerar dor de cabeça, dor de cabeça na nuca, agravar cefaleias como a enxaqueca, cefaleia tensional.
A hérnia de disco no tórax é mais rara devido a pouca mobilidade dessa região da coluna mais quando ocorrem os sintomas tendem a ser inespecíficos, incomodando durante muito tempo. Pode haver dor na parte superior ou inferior das costas, dor abdominal ou dor nas pernas, associada à fraqueza e diminuição da sensibilidade em uma ou ambas as pernas.

Causas da hérnia de disco
Existe uma predisposição genética importante, mas a exposição por longo prazo combinada com uma sobrecarga de peso, quer seja pela obesidade ou sobrepeso, quer seja por carregar muito peso, ou realizar tarefas prolongadas como dirigir diversas horas. Os fatores ocupacionais associados a um risco aumentado de dor lombar na hérnia de disco são o trabalho físico pesado, má postura, inclinar e girar o tronco frequentemente, levantar, empurrar e puxar muito peso, trabalhos repetitivos, vibrações, contraturas musculares por ansiedade, stress.

Diagnóstico da Hérnia de Disco
O diagnóstico da hérnia de disco é clínico, analisando as características dos sintomas e o exame clínico neurológico. Exames como Raio-X, tomografia e ressonância magnética ajudam a determinar o tamanho da lesão e em que exata região da coluna está localizada.

Tratamento da Hérnia de Disco Cervical e Hérnia de Disco Lombar
O tratamento da hérnia de disco pode ser clínico e/ou cirúrgico. Normalmente, a maioria das hérnias de disco são tratadas clinicamente, sem precisar de cirurgia.
O tratamento clínico é baseado em medicamentos, tanto analgésicos, anti-inflamatórios, opióides, relaxantes musculares, como antidepressivos, neuromoduladores (anti-convulsivantes) podem ser utilizados.
Utiliza-se sempre uma orientação postural, fisioterapias para analgesia, pode se recomendar acupuntura, bloqueios com anestésicos, e por último a cirurgia.


Mário Peres é médico neurologista, com doutorado em Neurologia pela Escola Paulista de Medicina (unifesp), pós-doutorado na Thomas Jefferson University, Philadelphia

 

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