Café: vilão ou mocinho?

O hábito de tomar café é comum e está presente no dia a dia de muitas pessoas

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Quem resiste a um cafezinho? De manhã, depois do almoço, à tarde, com os amigos ou sozinho. O hábito de tomar café é comum e está presente no dia a dia de muitas pessoas. Porém, esse hábito muitas vezes é questionado e diversas hipóteses surgem a respeito de o café ser ou não prejudicial à saúde. A nutricionista do Hospital São Vicente de Paulo (HSVP) de Passo Fundo, Tatiana Pacheco Rodrigues explica e orienta sobre o consumo da bebida, e desmistifica alguns mitos e verdades.

Conforme a especialista o café traz sim, alguns benefícios à saúde. Ela explica que a principal substância química ativa do café, a cafeína, proporciona uma melhora da performance cognitiva e psicomotora do consumidor, ou seja, melhora do estado de alerta, de energia, de capacidade de concentração, desempenho de tarefas simples, diminuição da sonolência e cansaço, entre outras atribuições. “A quantidade recomendada de consumo de café deve ser de três a quatro xícaras pequenas fracionadas ao longo do dia. Doses muito superiores a essas podem causar efeitos negativos no organismo como taquicardia, palpitações, insônia, ansiedade, tremores, dores de cabeça e náuseas. Procure não ingerir o café juntamente ou até 1 hora após o almoço, pois isso pode reduzir a absorção do ferro, mineral encontrado no feijão por exemplo, contribuindo para a anemia ferropriva”, salienta, alertando ainda que é preciso estar atento também aos hábitos alimentares, o estilo de vida, consumo de álcool e/ou tabaco e atividade física, que poderão influenciar nos efeitos do café na saúde de quem o consome.

A forma como o café é preparado, conforme Tatiana pode influenciar nos seus benefícios. Ela aponta que de preferência a bebida deve ser filtrada com o filtro de papel e não somente fervida. “Esta forma de preparo é recomendada devido a duas substâncias lipídicas, gordurosas, contidas no café que se chamam cafestol e kahweol, responsáveis por contribuir com o aumento do colesterol total e colesterol LDL, considerado ruim. Quando o café é filtrado, estas substâncias ficam na maior parte ligadas ao filtro e no próprio pó, não passando para a bebida, diferente do café fervido com o pó. O café solúvel apresenta menores teores de cafestol e kahweol”, orienta a nutricionista. Além disso, ela salienta que a quantidade de açúcar deve ser controlada.

Porém, não é para todos que o café é “mocinho”. Tatiana salienta que a bebida não é indicada às pessoas que são sensíveis à cafeína, com gastrite, ou que apresentam algum tipo de desconforto gástrico como azia ou dor no estômago, após o seu consumo. Em gestantes e lactantes recomenda-se uma ingestão nula ou em quantidade menor do que indicada para um adulto.

Curiosidades 
Café emagrece? Alguns estudos sugerem que o consumo do café induz a uma perda de peso por aumento da termogênese, ou seja, há um aumento do gasto energético após a ingestão da bebida. Entretanto, não foi observado o mesmo efeito em cafés descafeinados, sugerindo que a cafeína pode ser a substância responsável pelo efeito termogênico do café. Mas atenção à quantidade de açúcar que você adiciona ao seu café, pois isso pode fazer efeito contrário, contribuindo para o aumento de peso.

Café aumenta a pressão arterial? Os estudos publicados não permitem confirmar efetivamente se o café está associado ou não com a hipertensão arterial. Entretanto, para indivíduos hipertensos, recomenda-se um consumo de café com moderação, evitando excessos.

Fonte: HSVP
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