A tuberculose, doença contagiosa e antiga, é transmitida de um indivíduo para outro, pela bactéria Mycobacterium tuberculosis, o bacilo de Koch, por meio de gotículas eliminadas durante a respiração, espirros e tosse. Essa enfermidade afeta 9 milhões de pessoas, das quais um milhão morrem anualmente no mundo, segundo dados da OMS (Organização Mundial de Saúde).
A doença pode atingir diversos órgãos como o cérebro, rins, olhos e coração, mas no primeiro momento, a bactéria se instala no pulmão. "Isso acontece porque a porta de entrada do bacilo é pelas vias respiratórias (nariz, faringe, laringe, traqueia, brônquios e pulmões), e o pulmão acaba sendo o local ideal para a infecção inicial devido as condições locais. Num segundo momento, após a fase primária, a reativação na forma de doença poderá se manifestar em algum outro órgão ou mais frequentemente no próprio pulmão", explica o médico Guilherme Furtado, infectologista do Hospital do Coração (HCor).
Segundo ele, os sintomas mais comuns da tuberculose pulmonar são: tosse persistente com ou sem presença de sangue, febre vespertina, sensação de cansaço e de mal-estar e perda de peso. Já na pericardite tuberculosa, (tuberculose cardíaca), que atinge o pericárdio (espécie de membrana protetora do coração) a presença de dor torácica e falta de ar são mais frequentes.
O diagnóstico da pericardite tuberculosa costuma ser complexo porque o exame é invasivo e há necessidade de coletar o líquido localizado no pericárdio para análise laboratorial. "O resultado costuma ter baixa sensibilidade e por isso é necessária uma biópsia do pericárdio que, mesmo assim, pode não esclarecer o diagnóstico", esclarece.
Já a tuberculose pulmonar pode ser detectada pelo raio-x de tórax, pelo exame de escarro - que é capaz de analisar a secreção excretada pelos pulmões, além do teste de PPD, que é um procedimento simples com injeção subcutânea, capaz de avaliar a presença de resposta imunológica do paciente ao bacilo da tuberculose e assim sugerir a presença da infecção. No entanto, o PPD isoladamente não identifica a doença.
O tratamento da tuberculose é feito com antibióticos combinados (quatro drogas), por seis meses prescritos pelo médico. O uso de corticoide é empregado em casos em que a doença atinge outros órgãos, como o sistema nervoso central. É necessário o uso diário da terapia medicamentosa, sem interrupções para a eficácia do tratamento e minimização do risco de resistência às drogas.
"Embora nos últimos 17 anos a tuberculose tenha apresentado uma queda de 38,7% na incidência e 33,6% na taxa de mortalidade, não se deve esquecer da importância de vacinar as crianças no primeiro ano de vida com a BCG, que é oferecida em postos de saúde gratuitamente", enfatiza.
Tratamento da tuberculose
O tratamento da tuberculose à base de antibióticos é 100% eficaz, no entanto, não pode haver abandono. A cura da tuberculose leva seis meses, mas muitas vezes o paciente não recebe o devido esclarecimento e acaba desistindo antes do tempo. Para evitar o abandono do tratamento da tuberculose é importante que o paciente seja acompanhado por equipes multidisciplinares, com médicos, enfermeiros, assistentes sociais e visitadores devidamente preparados.
Sintomas da Tuberculose
Alguns pacientes não exibem nenhum indício da tuberculose, outros apresentam sintomas aparentemente simples que são ignorados durante alguns anos (ou meses). Contudo, na maioria dos pacientes infectados com tuberculose, os sinais e sintomas mais frequentemente são:
* tosse seca e às vezes com ou sem sangue
* cansaço excessivo
* febre
* sudorese
* palidez
* emagrecimento acentuado
* rouquidão
* fraqueza
Prevenção
Para prevenir a tuberculose é necessário imunizar as crianças com a vacina BCG. Crianças soropositivas ou recém-nascidas que apresentam sinais ou sintomas da Aids não devem receber a vacina. A prevenção da tuberculose inclui evitar aglomerações, especialmente em ambientes fechados, e não utilizar objetos de pessoas contaminadas.