Apenas um nome? Engano seu! REGINA, assim, em letras maiúsculas, é a sigla de Regulação Inteligente da Natalidade e título de um livro que tem como linha de apoio a frase “Fundamentos para o Planejamento Familiar”. A publicação de 95 páginas é fruto do conhecimento científico, técnico e da experiência de vida de seus autores: Zélia Maria Gerent Dal Castel, médica ginecologista com mais de 30 anos de atividade profissional; Maria Zoê Bellani Lyra Espindola, analista judiciária, mestre em Direito e mãe de três filhos; e Hélio Tadeu Luciano de Oliveira, sacerdote, mestre em Teologia Moral e doutorando em Bioética.
A importância da publicação foi percebida pela Comissão Nacional da Pastoral Familiar, organismo vinculado à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) que, por decisão dos autores, obteve a concessão dos direitos autorais da obra. “É importante observar que a mensagem do livro não é dirigida exclusivamente aos jovens e ou aos católicos”, destacou Maria Zoê, que contou como o material foi produzido.
“Durante quase três anos, cada um partindo da sua realidade pessoal, buscamos reunir reflexões, conteúdos e experiências para, através de uma linguagem acessível ao leigo, mas ao mesmo tempo com embasamento científico, apresentar esta proposta alternativa para o planejamento familiar.” Segundo ela, um dos principais objetivos do livro é desmitificar a ineficácia dos métodos naturais de regulação da fertilidade, normalmente confundidos com o que popularmente se chama método da tabelinha. “Procuramos ajudar a que as pessoas possam se conhecer, conhecer seu próprio corpo e viver, de modo simples e saudável, a sexualidade conjugal.”
Responsabilidade
Por meio de abordagem interdisciplinar, os autores mostram uma ideia positiva da maternidade e da paternidade responsáveis, ou seja, “a visão de pessoas que reconhecem a beleza de uma nova vida, mas que sabem, de forma inteligente, ética e saudável, abrir mão deste dom sempre que as circunstâncias concretas assim o exigirem”.
Na primeira parte, nos capítulos “A sexualidade humana como fonte de vida e de amor” e “Planejamento Natural da Família e parentalidade responsável”, a obra promove a reflexão sobre as bases antropológicas baseadas na racionalidade humana. Na segunda, que traz o capítulo “Anticoncepção X Saúde”, são analisados os efeitos nocivos da contracepção a partir da fisiologia da fecundidade. E na terceira parte, nos capítulos “Métodos naturais de administração da fertilidade”, “Programando gestações” e “Sintetizando”, são explicados em detalhes os métodos naturais. “Todo o trabalho apresenta referências bibliográficas para quem deseja aprofundar mais o assunto tratado ou comprovar o que a ciência médica mundial de renome e a comunidade científica dizem a respeito”, observa a mestre em Direito.
Para ela, o tema, além de atual – considerando a busca crescente por práticas que incrementem a qualidade de vida, como a alimentação saudável, exercícios físicos, etc. –, exige maior atenção. Maria Zoê acredita que uma sociedade que encara o planejamento familiar de forma responsável está comprometida com a dignidade humana. “O planejamento familiar, nesta perspectiva, implica na escolha de meios adequados para atingir fins moralmente e socialmente lícitos. Para que haja o respeito à liberdade humana as pessoas precisam ser informadas e conscientizadas acerca dos benefícios da regulação inteligente da natalidade, bem como dos riscos e efeitos danosos de determinados métodos frequentemente utilizados para evitar ou mesmo suprimir a gravidez.” Ela lembra que o mau planejamento familiar leva as pessoas a encararem a fertilidade como uma doença a ser combatida, evitando uma nova vida a qualquer custo. “A isso chamamos ‘mentalidade contraceptiva’, um fenômeno que após algumas gerações gera dano social em função do envelhecimento da população. Não havendo renovação da população economicamente ativa, assistiremos crises como a que vemos agora na Europa.”
O grande número de casos de abortos, gestações na adolescência ou indesejadas, bebês jogados no lixo ou deixados em instituições são situações que, para a autora, muito mais do que uma simples falha de métodos para evitar a gravidez, demonstram que ainda não há plena compreensão da sexualidade humana em seu significado mais profundo: ser fonte de vida e de amor. “Há uma palavra chave que pode definir o exercício maduro da sexualidade no ser humano: compromisso. Compromisso de um para com o outro, para além de um mero momento.”
Métodos naturais
No livro “REGINA (Regulação Inteligente da Natalidade) - Fundamentos para o Planejamento Familiar”, um dos métodos naturais apresentados é o sintotérmico. Com a adequada leitura dos sinais corporais, especialmente da temperatura basal e do muco cervical, a mulher será capaz de identificar com precisão o seu período fértil.
Maria Zoê afirma que o método sintotérmico apresenta ótima eficácia (99%), equiparada, inclusive, à da pílula anticoncepcional. “Esse método possibilita uma regulação inteligente da natalidade por ser absolutamente inócuo e também por valorizar a atuação do marido para um projeto de ambos, que é familiar e não apenas feminino”, explicou ao acrescentar que a administração da fertilidade por meio dos métodos naturais propostos na obra é acessível a todas as mulheres, tanto do ponto de vista financeiro quanto intelectual. “É um chamado a assumir um compromisso integral com o outro, com a saúde e com a qualidade de vida. É investir no autoconhecimento. É acreditar no amor.”
A obra pode ser adquirida pelo site www.cnpf.org.br. Quem desejar, pode entrar em contato com os autores pelo e-mail [email protected].
Você sabe o que é REGINA?
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