Uma alimentação balanceada é essencial para o cuidado com a saúde e qualidade de vida. Porém, por mais que as pessoas tenham acesso a informações sobre como deve ser feita essa alimentação, ainda existem dúvidas e questionamentos. Por isso, com o objetivo de orientar, dar dicas, sanar dúvidas e incentivar o cuidado com a alimentação, o Hospital São Vicente de Paulo (HSVP) realizou uma palestra para os funcionários do CTI Pediátrica e Neonatal e Pediatria.
Na oportunidade, foram abordados temas como o consumo em excesso do sal, açúcares e gorduras, que trazem malefícios a saúde, a importância da atividade física e a escolha dos alimentos. Natasha Rodegheri, nutricionista do HSVP que ministrou a palestra, destaca que a alimentação saudável depende da atitude e informação das pessoas, já que os produtos estarão disponíveis no mercado e fica a cargo de cada um decidir que tipo de alimentos vai ingerir. “O novo Guia de Alimentação da População Brasileira preconiza três passos para uma boa alimentação, que são preferir alimentos in natura, como feijão, arroz, ovos e carnes, diminuir o consumo de sal, gorduras e açúcares e evitar o consumo de alimentos ultra-processados e processados, como bolachas "fast foods", salgadinhos entre outros”, salienta.
Para muitas pessoas, o motivo dá má alimentação é a falta de tempo. Porém, a nutricionista aponta que é possível se alimentar bem, mesmo com uma rotina corrida. “A questão principal para quem está sempre correndo, é o planejamento. Separar e preparar os alimentos do dia seguinte ou da semana é uma dica para manter uma boa alimentação e não cair na tentação dos alimentos processados”, orienta Natasha, enfatizando ainda que o consumo de água também é essencial. “Outra dica importante é que se a pessoa busca perder ou ganhar peso, é fundamental buscar a orientação de um profissional, pois cada pessoa possui suas características e muitas vezes as informações que temos acesso são para o público em geral”.
Ao longo da palestra os participantes tiraram suas dúvidas e interagiram. Para a enfermeira responsável pelo CTI Pediátrico e Neonatal Josevane Conte, as dicas e orientações foram muito importantes e serão utilizadas no dia a dia. Assim como a enfermeira, Eloísa Da Silva, que trabalha na higienização, disse que vai utilizar as dicas e repassar para a família. “É muito importante, muitas coisas eu não sabia, as quantidades de sal, gorduras, a importância da água e com certeza, isso ajuda para nossa melhor alimentação”.
Guia Alimentar para a População Brasileira
O Ministério da Saúde lançou em novembro o novo Guia Alimentar para a População Brasileira. A atualização da publicação relata quais cuidados e caminhos para alcançar uma alimentação saudável, saborosa e balanceada. A nova edição, ao invés de trabalhar com grupos alimentares e porções recomendadas, indica que a alimentação tenha como base alimentos frescos (frutas, carnes, legumes) e minimamente processados (arroz, feijão e frutas secas), além de evitar os ultraprocessados (como macarrão instantâneo, salgadinhos de pacote e refrigerantes).
A intenção do Guia Alimentar é promover a saúde e a boa alimentação, combatendo a desnutrição, em forte declínio em todo o país, e prevenindo enfermidades em ascensão, como a obesidade, o diabetes e outras doenças crônicas, como AVC, infarto e câncer. Além de orientar sobre qual tipo de alimento comer, a publicação traz informações de como comer e preparar a refeição, e sugestões para enfrentar os obstáculos do cotidiano para manter um padrão alimentar saudável, como falta de tempo e inabilidade culinária.
Redigido em linguagem acessível, o Guia Alimentar se dirige às famílias diretamente e, também, a profissionais de saúde, educadores, agentes comunitários e outros trabalhadores cujo ofício envolve a promoção da saúde da população. A versão impressa do documento, com 151 páginas ilustradas, será distribuída às unidades de saúde de todo o país, e a versão digital estará disponível no portal do Ministério da Saúde.
O Guia orienta as pessoas a optarem por refeições caseiras e evitarem a alimentação em redes de fast food e produtos prontos que dispensam preparação culinária (‘sopas de pacote’, pratos congelados prontos para aquecer, molhos industrializados, misturas prontas para tortas). Outras recomendações são o uso moderado de óleos, gorduras, sal e açúcar ao temperar e cozinhar alimentos, e o consumo limitado de alimentos processados (queijos, embutidos, conservas), utilizando-os, preferencialmente, como ingredientes ou parte de refeições. Na hora da sobremesa, o ideal é preferir as caseiras, dispensando as industrializadas.
Conheça os dez passos para uma Alimentação Adequada e Saudável:
Fazer de alimentos in natura ou minimamente processados a base da alimentação
Utilizar óleos, gorduras, sal e açúcar em pequenas quantidades ao temperar e cozinhar alimentos e criar preparações culinárias
Limitar o consumo de alimentos processados
Evitar o consumo de alimentos ultraprocessados
Comer com regularidade e atenção, em ambientes apropriados e, sempre que possível, com companhia
Fazer compras em locais que ofertem variedades de alimentos in natura ou minimamente processados
Desenvolver, exercitar e partilhar habilidades culinárias
Planejar o uso do tempo para dar à alimentação o espaço que ela merece
Dar preferência, quando fora de casa, a locais que servem refeições feitas na hora
Ser crítico quanto a informações, orientações e mensagens sobre alimentação veiculadas em propagandas comerciais