O FDA, órgão regulatório de medicamentos nos Estados Unidos, aprovou a medicação Cyramza (ramucirumab) para tratar pessoas com câncer de pulmão do tipo não-pequenas-células que se espalhou para além dos pulmões (formando metástases), e cujo tumor cresceu durante ou após o tratamento com certos tipos de quimioterapia. É concebido para ser utilizado em combinação com o docetaxel, um medicamento de quimioterapia.
Cyramza é uma droga conhecida como terapia-alvo. Ele age bloqueando o crescimento de novos vasos sanguíneos que ajudam os tumores a crescer. Ele já está aprovado nos Estados Unidos para tratar o câncer de estômago avançado e da região da junção gastroesofágica do tipo adenocarcinoma, um tipo de câncer localizado onde o estômago se conecta ao esôfago. Cyramza é administrado como uma perfusão numa veia.
A nova aprovação é baseada em um estudo de 1253 pessoas com câncer de não-pequenas células do pulmão metastático que não parou de crescer durante ou após o tratamento anterior. Os resultados mostraram que os participantes que receberam Cyramza associado ao docetaxel sobreviveram mais tempo do que os participantes que receberam apenas docetaxel.
A FDA revisou a nova utilização de Cyramza no âmbito do seu programa de revisão prioritária, que é projetado para acelerar o processo de avaliação de medicamentos que têm o potencial para o tratamento de uma doença grave.
Os efeitos colaterais mais comuns da combinação Cyramza-docetaxel incluem a diminuição de glóbulos brancos que combatem a infecção, fadiga, e inflamação da mucosa da boca. Cyramza também pode causar hemorragia grave, coágulos de sangue (trombose), elevação da pressão arterial e pode prejudicar a cicatrização de feridas.
O câncer de pulmão é o mais comum de todos os tumores malignos, apresentando aumento de 2% por ano na sua incidência mundial. A última estimativa mundial apontou incidência de 1,82 milhão de casos novos de câncer de pulmão para o ano de 2012, sendo 1,24 milhão em homens e 583 mil em mulheres. Em 90% dos casos diagnosticados, o câncer de pulmão está associado ao consumo de derivados de tabaco. No Brasil, foi responsável por 22.424 mortes em 2011. Altamente letal, a sobrevida média cumulativa total em cinco anos varia entre 13 e 21% em países desenvolvidos e entre 7 e 10% nos países em desenvolvimento. No fim do século XX, o câncer de pulmão se tornou uma das principais causas de morte evitáveis