Deixar a vida levar os estabelecer metas?

O importante é ter em mente que nem sempre se consegue resolver tudo em um ano

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Pode parecer que não, mas a saúde 'psicológica' e emocional das pessoas pode ganhar muito quando são estabelecidos objetivos claros e prazos reais. Mas é importante ter em mente que nem sempre se consegue resolver tudo em um ano, o que acaba frustrando as pessoas que estabelecem metas para o ano e que, quando este chega ao fim, se dão conta de que não realizar quase nada do que se propuseram

Ainda é mês de janeiro. Muita gente ainda não saiu de férias ou sequer planejou ou projetou o ano que está começando. Se, de um lado, muitas “promessas” são feitas na virada do ano, estabelecer metas pode ser um incentivo para realizar e ir atrás dos objetivos. Entretanto, é preciso ter muita clareza de que as coisas não acontecem da noite para o dia, e nem por um toque de mágica. Qualquer meta estabelecida requer trabalho.

Quando isso é bem entendido, ganha a saúde emocional. Mas para isso é preciso ser realista na hora de estipular o tempo necessário para a realização de cada uma das metas. Emagrecer, por exemplo, uma das principais “promessas”, requer tempo e dedicação. Então, uma dica é se propor a perder um quilo por mês. Se a proposta feita a si mesmo for realmente levada a sério, ao final do ano serão 12 quilos a menos, já pensou. E essa é uma meta perfeitamente resolvível para a maioria das pessoas.

Entrevista

Medicina & Saúde - É saudável estabelecer metas para o ano?
Vinícius Thomé Ferreira – Não faz parte da cultura brasileira o estabelecimento de metas e o monitoramento das mesmas. O que mais se observa é que a maioria das pessoas que fazem metas ou promessas acabam sem atingi-las. Nossa cultura se adequa mais ao "deixa a vida me levar", e desta forma, nas viradas de ano vemos as pessoas se cumprimentando e desejando coisas mais genéricas, como "saúde, paz e felicidade", o que é ótimo. Mas o estabelecimento de metas claras não é muito do nosso povo.

Medicina & Saúde - É interessante também estabelecer prazos para executá-las para não causar frustração ao chegar ao final do ano sem tê-las realizado?
Vinícius Thomé Ferreira – Não existe planejamento sem a previsão de tempo para as atividades e alcance das metas. Fazer metas para o novo ano sem estabelecer no detalhe em que tempo se pretende executar as ações e usufruir dos resultados é planejar pela metade, e desta forma o fracasso é quase certo. E se não obtemos o que desejamos, a frustração acaba sendo o resultado natural. É bastante comum que quando não alcançamos o que planejamos culpamos o destino ou o azar, mas nem sempre examinamos com honestidade se fomos realmente competentes para lutar por aquilo que desejamos mesmo.

Medicina & Saúde - Existe alguma explicação para esta "renovação" que costuma acontecer com a maioria das pessoas a cada novo início de ano?
Vinícius Thomé Ferreira - Todo início de ano é tempo de renovação. As culturas humanas precisam de marcas temporais que permitam recomeçar. Estabelecer um momento que nos faz parar para pensar o que houve de bom e de ruim é uma ótima oportunidade para modificar o comportamento. O ritual de mudança de ano é muito adequado para este tipo de atitude.

Medicina & Saúde - Há alguma "fórmula" para conseguir realizar as tarefas propostas?
Vinícius Thomé Ferreira – A melhor fórmula é a mais simples: planejar com objetividade ações que possam ser concretizadas, estabelecer os prazos de forma realista, monitorar a passagem do tempo e as ações que precisam ser feitas, executar as ações como planejado e, finalmente, acompanhar periodicamente essa planilha. Com isso as chances de alcançarmos nossas metas aumentam muito.

Colaborou
Vinícius Thomé Ferreira, psicólogo e professor da Imed

 

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