Diagnóstico precoce é aliado do tratamento eficaz

DIA MUNDIAL DO RIM: Nesta semana foi comemorado o Dia Mundial do Rim. E a data foi lembrada pelas duas maiores instituições hospitalares de Passo Fundo, que fizeram um alerta à população sobre a importância do diagnóstico precoce para garantir a eficácia do tratamento.

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Apesar de ser um órgão sobre o qual muitas pessoas desconhecem a importância, o rim é parte vital para o ser humano. É por conta da necessidade de manter a saúde desse órgão, que todos os anos, em março, é comemorado o Dia Mundial do Rim. O nefrologista responsável pelo Serviço de Nefrologia do HSVP, Dr. Péricles Sarturi, explica que a doença possui cinco estágios, que avaliam a sua função renal, podendo variar de 1 a 90%. “Se você fizer o diagnóstico precoce da doença, tem muitas formas de tratá-la a ponto de impedir sua evolução ou de estabilizá-la nas condições que estava precocemente”, pontua o especialista, informando que é preciso ter atenção às causas da doença renal. “Hipertensão, diabetes, obesidade, doença renal na família, tabagismo e a ingestão de remédios sem orientação médica são algumas predisposições que podem levar à doença renal crônica, por isso na presença de alguma é preciso procurar um nefrologista”.

O tratamento chamado de Terapia Renal Substitutiva pode ocorrer através da diálise e hemodiálise, ou por meio do transplante de rim, que segundo Sarturi é o mais indicado, pois permite maior qualidade de vida ao paciente. Mas para evitar a necessidade dessa terapia, ele orienta que a prevenção é sempre o melhor remédio. “Cuidar da pressão arterial, controlar o açúcar no sangue, fazer atividades físicas, ter uma boa alimentação e controlar o peso, beber bastante água, não fumar e tomar medicação sem orientação médicas são sete fatores que podem contribuir e muito para o não desenvolvimento da doença renal. Realizamos na feira de saúde os dois testes principais, diabetes mellitus e pressão arterial, dois fatores que levam a DCR”, pontou o nefrologista. 

Prevenção é a palavra de ordem
Prevenção. Essa palavra abrange cuidados de rotina, como por exemplo, alimentação saudável, mas também se estende à exames periódicos e a busca de informações sobre as doenças. A prevenção é parte fundamental não apenas para evitar uma doença, mas também para diagnosticá-la precocemente, o que tem influência direta no sucesso do tratamento. Hábitos como a automedicação, alimentação inadequada, pouca ingestão de água, entre outros, podem ocasionar problemas renais. Os problemas renais são relacionados, ainda, à doenças como hipertensão e diabetes, conhecidas como silenciosas “As pessoas tratam apenas os sintomas isolados quando vão à Emergência ou ao Posto de Saúde. Então, não é realizado o diagnóstico específico” alerta a enfermeira nefrologista do HC, Rejane Bortoloni.
Descobrir a doença antes que atinja a fase crônica e evolua para a diálise ou hemodiálise é fundamental na qualidade de vida do paciente. Solicitar, nos exames de rotina, a avaliação do nível de creatinina (substância presente no organismo que permite saber se os rins estão funcionando corretamente) auxilia na detecção precoce das doenças renais “o acompanhamento médico é importante, se existe histórico familiar também é importante averiguar a função renal periodicamente”, orienta a enfermeira.

Os números
De acordo com a Sociedade Brasileira de Nefrologia, quinze milhões de brasileiros têm algum grau de comprometimento das funções renais, mas apenas 100 mil sabem disso. No Hospital da Cidade de Passo Fundo são realizadas cerca de 240 sessões de Hemodiálise semanais. Esse número representa o atendimento de, em média, 80 pacientes por semana. A estrutura para a realização do procedimento e a localização (maior cidade da região noroeste) faz com que pacientes de várias cidades do estado viajem até o HC para realizar a hemodiálise e diálise peritonial. A máquina de hemodiálise faz a função dos rins e garante a eliminação das toxinas. Realizada em média três vezes por semana, a técnica tem duração de quatro horas. A enfermeira explica a diferença entre os procedimentos “Na Hemodiálise, o sangue do paciente tem que sair do corpo, o procedimento é extracorpóreo. Saí do corpo e passa por um filtro, que irá realizar a função do rim, e depois retorna para o corpo do paciente. Na Diálise Peritonial, a filtragem ocorre de maneira mais natural, através do peritônio.”explica.

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