Arritmia cardíaca está entre as principais causas de AVC

Responsável por cerca de 20% de todos os casos de AVC, a fibrilação atrial não valvar (FANV) é considerada o tipo mais comum de arritmia cardíaca

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Abuso do álcool aumenta chances da pessoa sofrer do problema
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Adotar medidas preventivas pode ajudar a diminuir o número de casos de acidente vascular cerebral (AVC) na população, principal causa de incapacidades em adultos no mundo, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS). Dependendo da localização e do tamanho da lesão provocada no cérebro pelo AVC, popularmente conhecido como derrame, o paciente pode apresentar sequelas irreversíveis e incapacitantes, como paralisia em um dos lados do corpo e dificuldades na fala.

Responsável por cerca de 20% de todos os casos de AVC, a fibrilação atrial não valvar (FANV) é considerada o tipo mais comum de arritmia cardíaca e se manifesta principalmente em pessoas com mais de 50 anos, com aumento expressivo de incidência após os 70 anos. Esse perfil tem especial importância no Brasil, diante do aumento da expectativa de vida no País, que passou de 62,7 anos para 73,9 anos entre 1980 e 2013, segundo o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
Além da idade avançada, fatores como hipertensão arterial e abuso de álcool também favorecem o aparecimento da FANV, segundo o cardiologista Leandro Zimerman, professor-assistente da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e chefe do Setor de Arritmias Cardíacas do Hospital de Clínicas de Porto Alegre. “A cada dose de álcool consumida, o risco de um indivíduo ter uma FA aumenta 6%. A agressão da bebida alcoólica no organismo pode desencadear a doença”, explica o especialista. A avaliação do ritmo cardíaco, bem como o exame médico clínico e o eletrocardiograma, podem confirmar o diagnóstico.

O risco de um portador de fibrilação atrial ter um AVC é de 5 a 7 vezes maior do que o de pessoas sem essa arritmia. Isso porque, muitas vezes, a FANV pode promover a formação de coágulos no coração e eles podem se desprender, levando ao entupimento de artérias em várias partes do corpo, inclusive no cérebro. Assim, a prevenção do AVC em pacientes com FANV inclui medicamentos que evitam a formação desses coágulos, como é o caso dos Novos Anticoagulantes Orais.

O AVC
Cerca de 100 mil pessoas morrem por ano no Brasil em função do acidente vascular cerebral (AVC), de acordo com o Ministério da Saúde. A doença atinge 15 milhões de pessoas no mundo todo e pode se apresentar de duas maneiras: isquêmico (80% dos casos) e hemorrágico (20%). Nos dois casos os sintomas são similares: dor de cabeça muito forte, às vezes acompanhada de vômito; dormência ou perda de força na face, nas pernas ou nos braços, em geral em um dos lados do corpo; dificuldades motoras, problemas na movimentação; incapacidade para falar ou entender frases simples; e dificuldade para enxergar com um ou ambos os olhos.
A busca por auxílio médico deve ser imediata, uma vez que o tratamento do AVC isquêmico, em até quatro horas e meia após o início dos sintomas, pode evitar sequelas mais severas e a morte. Além da hipertensão arterial e da FANV, também são fatores de risco para o AVC a diabete, obesidade, colesterol alto e tabagismo, bem como o sedentarismo e o abuso de álcool.

 

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