O câncer do colo uterino é um dos cinco mais comuns em todas as regiões do País. De acordo com o último levantamento do Instituto Nacional de Câncer (Inca), foram estimados 15.590 novos casos da doença em 2014, com um risco estimado de 15,33 casos para cada 100 mil mulheres. Números globais, por sua vez, colocam esse tipo de câncer como o quarto mais comum entre as mulheres em todo o mundo.
Segundo a médica patologista Luciana Salomé, diretora da Sociedade Brasileira de Patologia (SBP), é preciso que o governo e a sociedade tenham consciência da importância dessa doença no Brasil. “Estamos falando de uma doença muito comum, mas de evolução lenta, com um período de progressão de cerca de 20 anos. Nesse cenário, temos todas as ferramentas necessárias para um potencial de cura elevado em nosso país: métodos eficientes de diagnóstico precoce e estratégias de prevenção”, afirma a médica.
Investigação de rotina
Popularmente conhecido como Papanicolaou, o exame de rastreamento ou prevenção do câncer do colo uterino é fácil de ser executado. Como conta a especialista, trata-se de um instrumento extremamente importante de prevenção e de fácil coleta, já que não requer recursos técnicos sofisticados para sua realização.
“As lesões intraepiteliais que podem levar ao desenvolvimento do câncer são predominantes nas mulheres em fase reprodutiva, com fatores de risco característicos de uma doença sexualmente transmissível. Por conta disso, o Ministério da Saúde recomenda que o exame de Papanicolaou seja realizado em mulheres entre os 25 e 64 anos de idade, uma vez por ano”, explica.