O efeito da heparina sobre resultado de tratamentos de Fertilização in Vitro (FIV) tem sido amplamente discutido na literatura científica. Uma revisão sistemática de alguns estudos, feita para avaliar o efeito do tratamento com o medicamento para melhorar chances de gravidez ou evitar abortos, não revelou evidências de sua eficácia.
A heparina é um anticoagulante utilizado, originalmente, para prevenir e tratar doenças que levam à formação de coágulos no sangue – a trombose. Entretanto, tem sido indicado em tratamentos de reprodução por haver relatos, em alguns trabalhos, de que o uso do medicamento poderia beneficiar mulheres que sofrem abortos habituais ou que tenham trombofilia.
Além disso, passou a ser indicado também para mulheres que estão tendo problemas em tratamentos de FIV, pelo fato de o embrião não se fixar ao útero, mas que não têm problemas de coagulação. Apesar de médicos acreditarem que a heparina possa auxiliar nesse processo – baseados em estudos experimentais -, seja evitando aparecimento de microcoágulos que atrapalhariam a implantação do embrião no endométrio ou acelerando o crescimento de células da placenta, não há evidências de que a medicação realmente tenha ação nesses casos.
Infertilidade
Infertilidade é a dificuldade de um casal obter gravidez no período de um ano tendo relações sexuais sem uso de nenhuma forma de anticoncepção.
As causas de infertilidade ligadas ao fator feminino podem ser divididas em quatro grupos:
- causas ovarianas e ovulares: síndrome dos ovários policísticos ou síndrome da anovulação (ausência de ovulação) crônica; insuficiência ovariana prematura ou menopausa precoce; secreção excessiva de prolactina; hipotireoidismo; idade da mulher – basicamente, a partir dos 37 anos
- causas tubárias e do canal endocervical: obstrução tubária, geralmente provocada pela endometriose ou infecções pélvicas; alterações na secreção do muco cervical
- causas ligadas à fertilização: vigor do espermatozoide e do óvulo; defeitos nos cromossomos ou nas outras estruturas que regulam a fusão dos dois gametas não permite a fertilização; exposição a fatores de risco (raios X, radiações, medicamentos tóxicos) podem dificultar ou impedir a fertilização; idade da mulher
- causas ligadas à implantação do embrião: a implantação é a penetração do embrião na camada que reveste a cavidade uterina, chamada endométrio. Esse revestimento é preparado para receber o embrião formado após a ovulação e fertilização. Os hormônios femininos (estrógeno e progesterona) são responsáveis pela preparação do endométrio, durante o ciclo menstrual. Portanto, falhas hormonais podem produzir um endométrio inadequado para a implantação.
(Fonte: Ministério da Saúde)