Cortes menores e em locais estratégicos, mais estéticos, são alguns dos principais benefícios da nova técnica de cirurgia cardíaca minimamente invasiva. Além desses benefícios, a novidade possibilita ainda a diminuição do tempo de hospitalização dos pacientes, da dor no pós-operatório e da necessidade de transfusões sanguíneas, com o retorno mais rápido à suas atividades rotineiras
Em diversas situações de saúde, receber a notícia de precisar recorrer a uma cirurgia nem sempre é agradável e pode deixar o paciente apreensivo. Mas os avanços nas mais diversas áreas da medicina estão proporcionando técnicas cada vez mais eficazes, o que vem sendo percebido, entre outras, na cardiologia. “A cirurgia cardíaca tem mostrado excelentes resultados há décadas. Desde o seu início está em constante evolução e até o momento atual, apresentou grandes avanços, tanto em técnicas cirúrgicas, equipamentos e próteses, como em cuidados pré e pós-operatórios com os pacientes”, explica o médico cardiologista, Gustavo Hoppen.
De acordo com ele, houve um grande avanço em equipamentos e próteses. “Hoje contamos com excelentes próteses valvulares, tanto biológicas quanto metálicas, oferecendo uma qualidade de vida muito boa aos pacientes. Em relação aos marcapassos, existem muitos pacientes com vida normal após o implante e na maioria dos casos com melhora da qualidade de vida”, salienta. Nas cirurgias de revascularização do miocárdio (conhecidas como “pontes de safena”), por exemplo, houve muitos avanços em relação aos medicamentos pós-operatórios e principalmente em relação aos tipos de enxertos (pontes) utilizados (enxertos de artéria mamária e de artéria radial) e à técnica cirúrgica, o que aumentou em vários anos a durabilidade e consequentemente a sobrevida dos pacientes e, em muitos casos, sem necessidade de novas hospitalizações ou intervenções cirúrgicas durante vários anos.
A nova técnica
“A cirurgia cardíaca se consagrou com o uso da incisão chamada esternotomia (incisão do osso esterno, no meio do tórax, com aproximadamente 20 cm de extensão) como abordagem cirúrgica, mostrando resultados indiscutíveis. Porém, com este tipo de incisão, o tempo de recuperação para o retorno as atividades diárias (retorno ao trabalho, exercícios físicos, estudos) é um pouco prolongado, chegando em alguns casos há dois meses ou mais, além do resultado estético”, destaca o médico.
Atualmente, um dos maiores avanços na área da cirurgia cardíaca está na chamada Cirurgia Cardíaca Minimamente Invasiva. “Com está técnica cirúrgica temos a possibilidade de realizar as mesmas cirurgias, porém, com incisões menores. Com o desenvolvimento de novos equipamentos cirúrgicos, treinamento técnico do cirurgião e principalmente com o auxílio de equipamentos de videotoracoscopia é possível realizar as mesmas cirurgias cardíacas (trocas valvares, plastias valvares, correção de cardiopatias congênitas) com incisões menores (5 a 6 cm) na parede lateral do tórax, em região submamária, ou mesmo na região anterior do tórax (mini-esternotomias)”, conta.
Este tipo de técnica cirúrgica tem como vantagens: menor tempo de hospitalização dos pacientes, menor tempo de recuperação para retorno às atividades diárias, menor quantidade de sangramento pós-operatório com consequente menor necessidade de transfusões sanguíneas, menos dor pós-operatória, além de melhor resultado estético. “Devemos, entretanto, lembrar que nem todos os pacientes são candidatos à cirurgia minimamente invasiva. Somente uma avaliação criteriosa do cirurgião cardíaco poderá definir qual a melhor técnica cirúrgica para cada caso”, afirma o médico.