No dia 20 de março iniciou uma nova estação no Brasil, o outono. Período em que as manhãs e fim do dia começam a ficar mais frios e anoitece mais cedo, as pessoas acabam se recolhendo mais cedo para dentro de casa, e para muitos, começa um drama, a mudança de humor. Conhecida como depressão sazonal, a doença atinge 10% da população mundial, principalmente no inverno, mas pode ser diagnosticada também no verão. “Essa depressão tem muito haver com a alteração do humor e pode ser confundida com a depressão normal, já que possui alguns sintomas parecidos”, explica o neuropsicólogo Anderson Cassol Dozza.
As principais características de quem sofre de depressão sazonal é o aumento da quantidade de horas de sono, dificuldade para sair da cama, mudança no apetite, uns cansam mais rápido que outros, alteração brusca de humor e, nas mulheres, os sintomas tendem a piorar em função da tensão pré-menstrual.
O neuropsicólogo diz que é preciso que as pessoas estejam atentas na hora de diferenciar uma depressão normal da sazonal. Ele explica que no caso da segunda doença, ela pode desencadear uma depressão mais séria: “No caso da depressão sazonal ela é mais especifica nessa época do ano. A partir do momento em que ela também se manifesta no verão, aí sim pode ser considerada uma depressão mais profunda”.
Outra mudança que deve ser observada com a mudança do clima, e que tem que ser diferenciada, é depressão da tristeza. “Tristeza todo mundo um dia vai ter, é algo passageiro. Quando isso se torna comum, que tem uma duração mais longa, aí precisa estar atento a uma depressão mais grave”, explica o neuropsicólogo Dozza. Existe também uma orientação para os familiares, principalmente no isolamento da pessoa. No inverno é comum ficarmos mais tempo em casa, não querer sair, se isolar, “mas quando isso acontece de forma corriqueira é sinal de que algo não está bem, por isso é importante ficar alerta porque, em determinadas situações, pode levar até o suicídio”, salienta o neuropsicólogo.
Para tentar passar bem esse período, Dozza lembra algumas ações que podem amenizar os efeitos do frio, ou do calor: “A gente sempre orienta as pessoas a ocuparem a cabeça com alguma atividade, principalmente a física, mesmo no inverno, porque vai auxiliar na oxigenação do cérebro a ajudar a passar por esse momento difícil”. A melhor maneira para resistir às mudanças do clima, segundo ele, é aceitar e se preparar com antecedência: “Quando sabe que o clima vai mudar a pessoa já pode começar uma adaptação, principalmente psicológica. E nesses períodos, principalmente no inverno, tentar tomar sol, para que possa auxiliar na passagem tranquila da estação”.
Colaborou
Anderson Dozza, neuropsicólogo