Dieta e saúde: escolha deve considerar os riscos

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Basta abrir a caixa de entrada do e-mail, ou mesmo ir a uma banca de revistas, e lá estão as promessas de dietas milagrosas e emagrecimento rápido. Algumas “receitas” condenam um determinado tipo de alimento, enquanto outras propõe até mesmo um dia de total jejum. Mas sabe o que se perde com isso? Não são os quilos a mais, mas sim a saúde

Pesquisa recente do Ministério da Saúde aponta que mais da metade dos brasileiros está acima do peso. Essa taxa, nove anos atrás, era de 43% - o que representa um crescimento de 23% no período. Também preocupa a proporção de pessoas com mais de 18 anos com obesidade, 17,9%, embora este percentual não tenha sofrido alteração nos últimos anos. Os quilos a mais na balança são fatores de risco para doenças crônicas, como as do coração, hipertensão e diabetes, que respondem por 72% dos óbitos no Brasil.

Não se trata de obesidade, mas de pessoas consideradas com sobrepeso. E, certamente, quase a totalidade dessas pessoas deve estar tentando alguma ou outra dieta. Se o objetivo em mente for restaurar a saúde e evitar fatores de risco para determinadas doenças, tudo bem. Mas se estiverem recorrendo a dietas milagrosas, aqui mora o problema.

Em qualquer volta rápida pela cidade, ou mesmo na leitura diária dos e-mails é possível ver uma infinidade de “receitas” para emagrecer. E nessa hora, todo cuidado é pouco. Como se tratam de dietas “prescritas” sem o conhecimento do histórico médico de quem vai fazer uso dela, muitas indicam abandonar um determinado tipo de alimento, ou mesmo de todos, como propõe uma das mais recentes novidades: a dieta do jejum, que sugere ficar um dia interio sem comer nada.

Adotando qualquer uma dessas dietas extramente restritivas sem acompanhamento de um profissional especializado é certo que uma coisa será perdida: não serão os quilos a mais e sim a saúde. Por isso, ficar atento e procurar ajuda especializada é o mais importante. “Dietas restritivas acabam por privar nosso organismo de nutrientes essenciais para a saúde do corpo e da mente. É comum encontrar em pacientes, que adotaram dietas restritivas com o objetivo de perder peso a curto prazo, sintomas como irritabilidade, insônia ou sono excessivo, cansaço, queda de cabelo, pele seca, entre outros”, explica a nutricionista Cintia Gris.

Entrevista

Medicina & Saúde – Quais os prejuízos para a saúde com a adoção de dietas muitos restritivas?
Cintia Gris – Dietas restritivas acabam por privar nosso organismo de nutrientes essenciais para a saúde do corpo e da mente. É comum encontrar em pacientes, que adotaram dietas restritivas com o objetivo de perder peso a curto prazo, sintomas como irritabilidade, insônia ou sono excessivo, cansaço, queda de cabelo, pele seca, entre outros. Além disso, muitos estudos compravam que estas dietas podem até ter bom efeito em um primeiro momento mas que são ineficazes a longo prazo, ou seja, pode até ocorrer perda significativa de peso, mas normalmente o peso atingido não consegue ser mantido por muito tempo: o indivíduo volta a ganhar peso.

Medicina & Saúde – Dietas que excluem totalmente um tipo de alimento podem ser adotadas?
Cintia Gris – Deve-se sempre considerar uma avaliação individualizada de cada caso, algumas patologias, por exemplo, necessitam da ingestão controlada de alguns alimentos e/ou nutrientes. Porém, em geral, para perda de peso, não é necessário e nem recomendado restrição e/ou exclusão de grupos alimentares da dieta. O que pode-se fazer é moderar em alimentos e/ou bebidas ricos calorias vazias, como os refrigerantes, por exemplo.

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