Apesar dos dados serem escassos, o Brasil é um país considerado de prevalência intermediária para infecção pelo vírus da Hepatite C, variando de 1 a 2% da população. A principal forma de contágio através da chamada via parenteral, através de transfusão de sangue ou acidentes pérfuro-cortantes envolvendo objetos contaminados de sangue infectado com o vírus. Já a transmissão vertical, de mãe para filho durante a gestação/nascimento, e por relações sexuais também ocorrem, porém com menor grau de infectividade (de 5 a 15%)
A Hepatite C é uma doença viral que leva à inflamação ao fígado e raramente desperta sintomas. O termo Hepatite indica “inflamação hepática”, podendo ser ocasionada por diversos agentes, incluindo o vírus da Hepatite C (VHC). Milhões de pessoas no Brasil são portadoras do vírus e não sabem. Sendo assim, correm o risco de as doenças evoluírem, tornando-se crônicas e causarem danos mais graves. Apesar dos dados serem escassos, o Brasil é um país considerado de prevalência intermediária para infecção pelo vírus da Hepatite C, variando de 1 a 2% da população.
Segundo a coordenadora da Escola de Medicina da Imed, Raquel Scherer de Fraga, só a partir de 1993 foi iniciado o programa de rastreamento do vírus nas amostras coletadas nos bancos de sangue do Brasil. “Todas as pessoas que receberam transfusões de sangue antes deste período devem ser testadas para Hepatite C. As pessoas nascidas entre 1945 e 1965 também devem realizar o teste. Isto porque foi constatado que este grupo apresenta um risco cinco vezes maior de ter o VHC, que reflete o fato de tais indivíduos terem vivido numa época em que era comum o uso de seringas de vidro esterilizáveis e de sangue não testado para o VHC nas transfusões sanguíneas”.
Sintomas
A Hepatite C dificilmente manifesta um quadro agudo clássico da doença (febre, o “amarelão”, náuseas, vômitos, dores no corpo). “A maioria das pessoas são diagnosticadas com Hepatite C na sua forma crônica, sendo muitos casos descobertos em exames de rotina ou durante o processo de doação de sangue”, destaca Raquel.
Cuidados na Odontologia
A professora da Escola de Odontologia, Michelle Bortoluzzi de Conto Ferreira, explica que os profissionais da Odontologia estão frequentemente expostos ao vírus. “Até o presente momento, não existem medidas específicas eficazes para redução do risco de transmissão após exposição, por isso é considerado um risco potencial para os pacientes e para a equipe odontológica. Esse vírus tem sido identificado em um número de superfícies odontológicas após o tratamento de um paciente VHC+, se mantendo estável a temperatura ambiente, por mais de cinco dias. Embora a transmissão do vírus via saliva seja possível, o maior risco ocupacional é através de ferimentos acidentais com agulhas”.
Transmissão
A principal forma de contágio do VHC é através da chamada via parenteral, através de transfusão de sangue ou acidentes pérfuro-cortantes envolvendo objetos contaminados de sangue infectado com o vírus. Já a transmissão vertical, de mãe para filho durante a gestação/nascimento, e por relações sexuais também ocorrem, porém com menor grau de infectividade (de 5 a 15%).
Não existe nenhuma medida específica eficaz para redução do risco de transmissão após exposição ocupacional “é importante que os profissionais que trabalham nessa área, incluindo os estudantes de odontologia, adotem rotinas básicas de prevenção durante o trabalho, pois promovem proteção da equipe, pacientes e ambiente de assistência odontológica, minimizando o risco de transmissão desta e muitas outras doenças infectocontagiosas”, aponta Michelle.