Em um estudo de fase 1 de escalonamento de dose, publicado pelo The New England Journal of Medicine (NEJM), o estímulo das células do sistema imunológico conhecidas como linfócitos1 T através da combinação das medicações nivolumabe e ipilimumabe foi associada a uma elevada taxa de resposta entre pacientes com melanoma2 avançado.
Neste estudo3, envolvendo 142 doentes com melanoma2 metastático que não tinham recebido anteriormente nenhum tratamento, os doentes foram distribuídos aleatoriamente para receber o ipilimumabe isoladamente ou combinado com nivolumabe. Esta combinação faz muito sentido do ponto de vista oncológico, pois ambas as drogas ativam o sistema de vigilância imunológico de maneira diferente e complementar. O ipilimumabe faz com os linfócitos T reconhecam as células do melanoma como células que devem ser atacadas e o nivolumabe ajuda a permitir que os linfócitos ataquem as células tumorais exercendo sua função de defesa contra o melanoma.
O estudo mostrou que mais de 60% dos pacientes que receberam a combinação apresentaram redução de seu tumor, enquanto no grupo do ipilimumabe isolado essa taxa foi de cerca de 10%. Além disso, cerca de 20% dos pacientes com melanoma avançado tratados com a combinação tiveram o desaparecimento de seu tumor. Os pacientes ainda estão sendo monitorados e acompanhados para estabelecer a duração dessa resposta.
O uso combinado das medicações causou maiores efeitos colaterais, sendo os principais inflamação do intestino grosso (colite), diarreia e alteração laboratorial das enzimas hepáticas.
Recentemente, no Congresso Americano de Oncologia (ASCO meeting) que ocorreu em Chicago no início de junho, foram apresentados os dados iniciais do CheckMate 067, um estudo ainda maior que envolveu cerca de mil pacientes e que confirmou esses excelentes resultados obtidos com a associação destas duas imunoterapias no tratamento do melanoma metastático.