Segundo o ortopedista Wilson Dratcu, o estilo de vida moderno pode ser um gatilho para doenças da coluna. Um dia você sente uma dorzinha nas costas e não dá muita importância. Depois de um tempo - que muitas vezes nem é tão longo assim - ela volta. Os dias passam e a vida continua. A correria do dia a dia te impede de ir ao médico verificar o motivo da dor. Deve ser má postura, você pensa. Até que o incômodo se torna constante. Sem notar, você desenvolve um problema de coluna. Está dada a largada para uma das maiores causas de afastamento do trabalho, segundo o IBGE. Dores nas costas não atingem somente idosos, jovens também sofrem com o problema.
Longas horas na frente do computador ou teclando no celular, falta de atividades físicas, obesidade, descuido no jeito de sentar na cadeira, no sofá, de abaixar para pegar coisas, de dormir. Tudo isso junto é uma agressão à coluna. Mas afinal de contas o que é pior: a falta de movimento ou a postura incorreta? "As duas coisas. O sedentarismo, consequência da vida urbana moderna interfere no metabolismo do disco invertebral, que precisa de movimento para manter o equilíbrio vital das células", explica o médico. Já no caso da postura incorreta o que ocorre é uma sobrecarga das estruturas vertebrais, o que provoca dores, e ao longo do tempo determina retrações musculares e posturas viciosas.
Em longo prazo, o descuido pode ser decisivo no futuro do jovem. "Além de facilitar o aparecimento de deformidades pela sobrecarga que causa nas estruturas vertebrais, os vícios posturais podem antecipar lesões discais e até artrose da coluna num prazo mais distante", afirma. Aquela dorzinha no pescoço, por exemplo, pode indicar problemas na coluna. Mas também pode ser apenas uma tensão, um sinal de distúrbios na tireoide, na ATM (que liga o maxilar ao crânio), entre outros.
O médico explica que o diagnóstico pode ser difícil. "Nem toda dor lombar ou cervical é consequência de problemas na coluna", diz. Segundo ele, problemas abdominais como cálculo renal ou na vesícula e até dores ginecológicas podem provocar dores na região. "Por isso uma avaliação médica tem que compreender a investigação da história das dores e um bom exame clínico, complementado pelos exames de imagens, quando necessário", detalha.