Cânceres ginecológicos ?EUR" conhecer para prevenir

Dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA) apontam que, em 2014, foram registrados 15.590 novos casos de colo de útero e 5.680 de ovário, por exemplo

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A mobilização das mulheres em torno da conscientização sobre os cânceres ginecológicos (colo de útero, ovário, endométrio, vagina e vulva), bem como a necessidade da realização dos exames preventivos, são imprescindíveis. Afinal, o câncer já é a segunda causa de mortes no mundo, perdendo apenas para as doenças cardiovasculares. Quando diagnosticado precocemente, apresenta possibilidades de cura de até 90% (dependendo do tipo da neoplasia).
Dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA) apontam que, em 2014, foram registrados 15.590 novos casos de colo de útero e 5.680 de ovário, por exemplo. Diante desse quadro, o médico oncologista da Oncomed, de Belo Horizonte, Leandro Ramos, destaca a importância do conhecimento dos fatores de risco, sintomas e cuidados com alguns tipos de câncer. “É preciso que a mulher seja responsável com a própria saúde. Cânceres mais comuns, como colo de útero, por exemplo, podem ser detectados com exames simples, como o Papanicolau”, afirma.

Conheça melhor os tipos de câncer ginecológicos:

* Câncer de colo de útero: é o terceiro tumor mais frequente na população feminina, atrás do câncer de mama e do colorretal, e a quarta causa de morte de mulheres por câncer no Brasil (INCA). “Em 99% dos casos, a doença está relacionada ao vírus HPV, vírus sexualmente transmissível. Por isso, a maneira que temos para prevenir e diminuir o número de casos é reduzir  o número de parceiros sexuais, usar sempre o preservativo e fazer os exames ginecológicos periodicamente. É importante que a mulher faça esses exames a partir da primeira menstruação. “O uso da vacina é um método eficaz para as meninas que ainda não tiveram relações sexuais, pois elas têm maior possibilidade de desenvolver anticorpos de proteção ao HPV. Atualmente, já está disponível pelo Sistema Único de Saúde (SUS)”, explica o médico oncologista.

* Câncer de ovário: é o mais comum em mulheres na pós-menopausa e mais difícil de ser diagnosticado precocemente. A maioria dos tumores malignos do ovário só se manifesta em estágio avançado (75% dos casos). Na fase inicial, não causa sintomas específicos, o que dificulta o diagnóstico precoce. À medida que o tumor cresce, pode comprimir outros órgãos e estruturas e produzir sintomas, como aumento do volume abdominal, constipação intestinal ou diarreia, dores difusas, massa abdominal palpável. “O exame ginecológico de rotina, associado à ultrassonografia, podem mostrar achados suspeitos, motivando a investigação com novos exames complementares (Tomografias / marcador tumoral CA125). A partir destes resultados, é indicado um procedimento invasivo (cirurgia) para diagnóstico, estadiamento (estágio da doença) e tratamento”, explica.

* Câncer de endométrio: é o tumor de corpo uterino mais frequente e, nas últimas décadas, apresentou crescimento preocupante. Como os outros tipos, a falta de exames preventivos aumenta significativamente a porcentagem de ocorrência e a possível mortalidade por esse tipo de câncer. “O principal sintoma deste tipo de câncer é o sangramento uterino anormal, sobretudo após a menopausa. Para comprovar o diagnóstico, deve ser realizada uma biópsia do endométrio, especialmente se ele estiver alterado. Após a menopausa, é importante investigar qualquer sangramento uterino, mesmo que a suspeita do câncer seja descartada”, destaca o oncologista.

*·Câncer de vagina: é raro e representa aproximadamente 1% dos tumores ginecológicos. Os tipos que ocorrem são tumores escamosos, adenocarcinoma, melanoma, sarcoma. Entretanto, tumores secundários ou metástases de outros tumores (de colo de útero, de endométrio, de ovário, de intestino grosso) são encontrados mais comumente na vagina do que os tumores primários de vagina. “O tratamento varia de acordo com cada paciente. Pode ser cirúrgico ou radioterápico”, diz o médico.

* Câncer de vulva (órgão genital externo da mulher, a região que engloba a uretra e a entrada da vagina): é mais frequente nas mulheres após a menopausa, mas esporadicamente pode acontecer em mulheres mais jovens. É um câncer que surge como uma mancha ou ferida que não cicatriza e vai aumentando. “Toda ferida que não cicatriza depois de um mês e continua aumentando deve ser investigada por um profissional médico”, finaliza Leandro.

Todas as mulheres devem cuidar da saúde e precisam ter essa consciência. Dicas simples como bons hábitos alimentares, a prática de exercícios físicos e o hábito de fazer os exames preventivos são essenciais e podem salvar vidas.

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