O coração e a próstata lideram o ranking de problemas que mais acometem o homem. Enquanto as doenças cardíacas ocupam o primeiro lugar no Brasil quando o assunto é mortalidade, a próstata é a que causa mais dificuldades no dia a dia. Além do câncer na glândula, que representa 70% dos casos de tumor em homens no país, a doença masculina mais comum também é na região. A hiperplasia benigna da próstata (HBP) - um crescimento anormal da glândula que causa problemas no fluxo urinário - atinge 80% dos homens com mais de 50 anos.
A ressecção transuretral da próstata (TURP) é o tratamento cirúrgico mais comum para HBP, mas não pode ser realizada em cardíacos por ser uma cirurgia aberta e invasiva. Quem sofre com os dois problemas precisa conviver com os inconvenientes da hiperplasia, como a dificuldade ao urinar e a sensação bexiga sempre cheia, que afeta o sono, a qualidade de vida e, em casos mais graves, pode levar a sangramento e insuficiência renal.
Laser
Para pacientes que usam anticoagulantes e portadores de marca-passo cardíaco, a cirurgia a laser é a única indicada para hiperplasia benigna. Este ano uma novidade chegou ao Brasil para ajudar estas pessoas: uma versão mais avançada do laser verde passa a ser utilizada em hospitais brasileiros. Com capacidade para operar próstatas maiores, o laser mais potente torna 100% dos brasileiros elegíveis para a operação.
Potência
Conhecido como GreenLight XPS, o equipamento permite a operação de próstatas acima de 100g - até então o limite de tamanho para cirurgia a laser. Considerado o tratamento mais eficaz para a HBP, a cirurgia é um método não invasivo, mais rápido e praticamente sem riscos ao paciente, reduzindo o tempo de internação e recuperação quando comparada à cirurgia tradicional.
De acordo com o urologista Anuar Mitre, Membro do Núcleo Avançado de Urologia do Hospital Sírio-Libanês, a principal vantagem da cirurgia a laser é a ausência de sangramento. "Como a próstata é muito vascularizada, no método tradicional pode acontecer uma hemorragia intensa; algumas vezes o cirurgião precisa abandonar o procedimento transuretral e fazer uma incisão abdominal que não estava prevista para conter o sangramento", explica o urologista, referência nacional na especialidade, que usa a tecnologia a laser em todas as suas cirurgias. A recuperação no pós-operatório é outro diferencial do laser. "A urina já fica clara logo no dia seguinte, tornando possível retirar a sonda e dar alta para o paciente", afirma Mitre.
Para os cardiopatas, o tratamento é indicado porque não é necessário a suspensão no uso de medicamentos anticoagulantes ou ácido acetilsalicílico. Além disto, a irrigação durante o procedimento cirúrgico é realizada com soro fisiológico ao invés de manitol, anulando o risco de intoxicação hídrica.
Nova cirurgia a laser para próstata beneficia pacientes cardíacos
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