O país e o mundo estão passando por momentos difíceis: no Brasil o desemprego e a violência estão em alta. Na Europa o que tem chamado à atenção nos últimos meses é a quantidade de refugiados tentando entrar em países vizinhos. Tudo isso faz com que muitas pessoas acabem ficando estressadas, com medo do que pode vir a acontecer e ansiosos, o que pode atrapalhar o seu dia-a-dia.
Mas de que maneira podemos conviver com estes problemas sem alterar a nossa rotina? Para a psicóloga Mariana Machado, é preciso que as pessoas tenham consciência de que essas emoções elas acabam sendo importantes para resolvermos alguns conflitos: “Pesquisas apontam que a ansiedade, quando equilibrada, pode ser positiva, é um sinal de que temos que resolver a situação com responsabilidade”.
Segundo a psicóloga Mariana é preciso separar a ansiedade normal da patológica. No caso da primeira é a que vai ajudar a resolver um problema, entender qual a melhor alternativa para tratar determina situação. Em contrapartida a patológica paralisa a pessoa, ficando em estres extremo, podendo tomar ações que podem ser prejudiciais naquele momento. “Como tudo na vida tem que ter um equilíbrio e os dois pontos, tanto não ser ansioso como ser ansioso demais provoca prejuízos para pessoas”.
A situação mais evidente no momento é em relação ao medo de perder o emprego. Mas como ninguém está livre deste problema é preciso estar preparado para encarar o fato e saber como superar essas dificuldades. O primeiro pensamento é em relação de como pagar as contas. “O primeiro passo é saber se esta pessoa tem condições de se manter por um período sem trabalhar. Caso o dinheiro esteja curto, vai ter que priorizar algumas coisas, colocar no papel o que é importante e o que pode ser cortado”, explica Mariana.
Após organizar a questão financeira vem a etapa mais complicada, arrumar um novo emprego. Para isso é preciso avaliar o mercado, saber quais são as oportunidades e reconhecer suas habilidades para conseguir uma vaga. “Hoje as pessoas estão contratando muito mais temporários para eventos, trabalho de curto período, e que, num primeiro momento, seria interessante para que ela não fique sem receber um salário e mais tarde possa retornar a ter a profissão que almeja”, lembra Mariana.
E como fica a situação para quem tinha um cargo como gerente de empresa? Nessa situação, a psicóloga lembra que é preciso aceitar a realidade e não ter vergonha de ocupar um posto considerado “menor” do que exercia anteriormente. “Ficar fora do mercado é tão negativo quanto realizar outras funções, o que acaba gerando mais ansiedade. Muitas vezes a vergonha nos impede de dar um passo maior e, no futuro, voltar a ter a profissão almejada”.
Para Mariana a palavra planejamento é a mais adequada para este momento. “Quais são os pontos favoráveis para resolver alguns problemas? O que ele pode trazer de negativo? Posso comprar um carro novo? Vou ter que vender um dos veículos que já tenho? São pontos que podem levar a pessoa a controlar a ansiedade”.