Dor atinge aproximadamente 25% da população brasileira. Os níveis de exposição da dentina, um dos tecidos que formam os dentes, tem aumentado nos últimos anos, gerando entre outras coisas, o incômodo dos dentes sensíveis. O que muita gente não sabe é que o problema pode estar também relacionado à abrasividade ocasionada pelo creme dental
Apresentar sensibilidade nos dentes após a ingestão de bebidas ou alimentos muito quentes ou muito frios, atinge aproximadamente 25% da população brasileira. A acidez bucal, consumo excessivo de refrigerantes ou bebidas ácidas, dentes desgastados e exposição da raiz dentária (retração gengival) são os maiores responsáveis pelo incômodo. Menos da metade dos brasileiros utiliza os três itens fundamentais para uma boa higiene bucal: escova, creme e fio dental, de acordo com dados da Pesquisa Nacional de Saúde, divulgada recentemente pelo IBGE. Mas engana-se quem acha que basta escovar os dentes adequadamente para estar livre de problemas como a sensibilidade. Os níveis de exposição da dentina, um dos tecidos que formam os dentes, tem aumentado nos últimos anos, gerando entre outras coisas, o incômodo dos dentes sensíveis. O que muita gente não sabe é que o problema pode estar também relacionado à abrasividade ocasionada pelo creme dental.
“A hipersensibilidade dentária é caracterizada por uma dor aguda de curta duração, que pode ou não ser transitória, decorrente da dentina exposta em resposta a uma variedade de estímulos, tais como, térmicos (quente/frio), mecânicos (escovação), osmóticos (ingestão de açúcares) e químicos (alimentos ácidos). Geralmente como fator predisponente a hipersensibilidade dentária, a dentina precisa estar exposta, como resultado da perda de esmalte ou recessão gengival” esclarece a professora do curso de Odontologia da Imed, Joseane Viccari Calza. Para um diagnóstico correto da hipersensibilidade dentária deve ser realizada uma avaliação clínica/radiográfica para se avaliar os fatores predisponentes e a história da natureza da dor, excluindo assim, outras condições clínicas, como por exemplo, cáries, pulpites (inflamação dolorosa da polpa dentária), restaurações defeituosas, trincas dentais, entre outras.
A docente explica que o diagnóstico pode partir das respostas do paciente frente à uma face de estímulos, “e pode variar de um pequeno desconforto até a uma resposta que atrapalhe as atividades diárias essenciais, como no momento da alimentação, escovação dental, ingestão de bebidas, sendo que, muitas vezes o próprio paciente procura atendimento relatando sentir sensibilidade dental exacerbada”.
Tratamento
O tratamento da hipersensibilidade deve considerar estratégias de prevenção dirigidas aos fatores etiológicos. A professora Joseane finaliza que devem ser tomadas algumas medidas práticas relacionadas à modificação ou aconselhamento da ingestão alimentar e técnica de higiene oral. “Cremes dentais com agentes dessensibilizantes podem ser incorporados diariamente no momento da escovação, sempre lembrando que o resultado destes é tempo dependente, e agem através da obstrução física dos túbulos dentários. Outra forma de tratamento é o selamento das recessões gengivais com a utilização de materiais restauradores ou através de cirurgias de recobrimento dental e mais recentemente com o uso de lasers”.