Aquecimento global compromete fertilidade masculina

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Problemas relacionados à baixa quantidade e/ou qualidade de espermatozoides representam 90% dos casos de infertilidade masculina. Várias outras razões respondem pelos 10% restantes, incluindo problemas anatômicos, hormonais e genéticos. O que as pessoas dificilmente se lembram quando ouvem falar no aquecimento global é que a exposição do homem a altas temperaturas acaba comprometendo sua fertilidade. Ou seja, além dos efeitos deletérios sobre a natureza, os animais e a vida na Terra, o aumento de 1°C na temperatura média do planeta pode dificultar a reprodução humana.

De acordo com Edson Borges Junior, diretor científico do Fertility Medical Group, não é à toa que os testículos se encontram fora do corpo, num ambiente normalmente quatro graus abaixo da temperatura média de 36,5°C. “Os testículos são bastante afetados pelos extremos de temperatura. Por isso, contam com a atuação de um músculo chamado ‘cremaster’, que os suspende e os aproxima do corpo para aquecê-los diante de baixas temperaturas, e os afasta para resfriá-los. Diante de altas temperaturas, há um risco bastante considerável de diminuir ou até mesmo cessar a produção de espermatozoides. Numa análise seminal, além da baixa contagem, é comum encontrar espermatozoides defeituosos e com baixa motilidade – o que tem grande impacto na fertilidade masculina”.

Estudos mostram que, para cada grau a mais na temperatura dos testículos, a produção de espermatozoides é reduzida em 40%. “Os espermatozoides são células diferentes das outras células encontradas no corpo humano. Normalmente, o homem ejacula mais de 60 milhões de espermatozoides por vez. Mas, devido ao aquecimento global, esse número pode cair pela metade ou menos ainda. Já nos tratamentos de fertilização assistida, conseguimos melhorar a qualidade, aumentando as chances de fertilização e gestação. Por isso, muitos cientistas já vislumbram a fertilização in vitro como um serviço de saúde básico no futuro”.

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