Professor da UPF desenvolve estudo piloto sobre medicação

Medicina & Saúde - O estudo, premiado no 41º Congresso Brasileiro de Angiologia e Cirurgia Vascular no mês de outubro, foi realizado pelo Instituto Vascular de Passo Fundo (Invasc), em parceria com a UPF.

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O professor da Faculdade de Medicina da Universidade de Passo Fundo (FM/UPF) Mateus Picada Correa foi premiado no 41º Congresso Brasileiro de Angiologia e Cirurgia Vascular, realizado em outubro, no Rio de Janeiro. O professor apresentou, no evento, oito trabalhos originais, sendo que o intitulado de “Estudo piloto do uso de Prostavasin® intra-arterial em bolus na doença arterial periférica dos membros inferiores sem condições de revascularização” foi eleito o melhor trabalho da Plenária Mauá, na categoria temas livres.
A doença arterial dos membros inferiores é uma doença ampla, com diversas formas de apresentação, que variam dependendo da quantidade de artérias obstruídas. Quanto menos artérias funcionantes, mais grave é a doença e mais difícil é o seu tratamento, e o desfecho final é a amputação do membro afetado.
A medicação Prostavasin® (alprostadil) tem ação vasodilatadora (dilatação dos vasos sanguíneos) e anti-inflamatória na microcirculação periférica. Desse modo, pode ser utilizada em pacientes que não têm outra alternativa de salvamento do membro. De acordo com o cirurgião vascular e endovascular e professor da UPF, essa medicação já é bastante conhecida e utilizada de forma intravenosa (medicação introduzida diretamente por uma veia, na corrente sanguínea), mas ainda pouco utilizada em bolus intra-arterial (introduzida de maneira direta em uma artéria, com ação rápida).
O objetivo do estudo é, justamente, demonstrar a eficácia da utilização em bolus intra-arterial dessa medicação nesse grupo de pacientes. “Os resultados obtidos por meio do estudo sugerem que a ação da droga utilizada dessa forma tem resultado similar à apresentação endovenosa, mas utilizada uma única vez, o que parece reduzir o tempo de internação”, destaca o professor da UPF.
Essa opção de tratamento foi sugerida pela primeira vez pelo cirurgião vascular argentino Juan Carlos Parodi, ao relatar o uso em um paciente. O estudo feito em Passo Fundo foi o primeiro a avaliar a eficácia da medicação utilizada em bolus intra-arterial e a sugerir um protocolo de utilização. “Após utilizarmos a técnica em alguns pacientes, com bons resultados, começamos a revisar os nossos dados e criar um protocolo de utilização da droga. Os pacientes foram tratados em um período de um ano, com acompanhamento de até seis meses. O período de coleta e de análise dos dados foi de três meses”, revela Correa.

Estudo inicial
Como foi um estudo inicial, feito com poucos pacientes, os resultados não puderam ser confirmados com certeza absoluta. As afirmações só serão mais consistentes se o estudo for utilizado em um grupo maior de pacientes, avaliando os resultados por um tempo mais prolongado.
O médico e professor da UPF destacou a importância do prêmio recebido no Congresso Brasileiro de Angiologia e de Cirurgia Vascular. “Primeiro, é uma honra muito grande você saber que seu trabalho foi o melhor entre todas as universidades e serviços de residência médica do Brasil, trazendo uma responsabilidade enorme. Segundo, é uma sensação de dever cumprido, de sentir que todo o esforço valeu a pena”, comemora o professor.
O estudo foi realizado pelo Instituto Vascular de Passo Fundo (Invasc), em parceria com a UPF. O trabalho do professor Mateus Picada Correa, que também é membro do Invasc, contou com a coautoria dos profissionais do Invasc Julio Cesar de Mello Bajerski, Rafael Stevan Noel, Jaber Nashat Saleh, Omar Toufic Mouzer e Adolfo Lara Brkanitch, além dos estudantes do curso de Medicina da UPF, Jessica Nunes Garcia, Isadora de Mello Godoy, Lauren dos Santos Copatti e Kevin Guollo.

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