O neurocientista brasileiro Stevens Rehen, membro afiliado da Academia Brasileira de Ciências, ministrou a palestra magna intitulada “Neurociência e Educação”. Stevens é especialista em células-tronco e é professor titular do Instituto de Ciências Biomédicas da UFRJ e coordenador de pesquisa do Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino.
Stevens apresentou estudo recente de colegas brasileiros da UFRN que comprova que uma pessoa precisa dormir para aprender, que o sono não é só questão de descanso, tem a ver com a retenção da memória. Na opinião dele, “a privação do sono é um grande problema social da atualidade. Nos últimos 50 anos, temos reduzido consideravelmente o tempo de sono. Hoje, a média de sono é de 6 horas, quando deveria ser de, no mínimo, 7 horas por noite. Isso acaba comprometendo muito o aprendizado”.
Hoje a neurociência explica como a atividade física, cuja prática pode gerar novos neurônios (neurogênese), assim como o sono, é fundamental para a boa memória. “Tirar um cochilo logo após o aprendizado tem um impacto muito grande na retenção de informação. A falta do sono tem consequências para a memória porque o cérebro se reorganiza durante o sono”, acrescenta ele.
Numa definição sobre neurociência, Stevens disse que é o estudo do cérebro em suas mais variadas dimensões, que é uma grande área que está na fronteira do conhecimento. Para ele, “hoje em dia algumas das principais questões da humanidade são: identificar se há vida em outros planetas e entender melhor o funcionamento do cérebro, esse pequeno órgão que pesa apenas 1,5kg e responde pelo que está acontecendo aqui e agora. Por esse motivo está havendo investimento público e privado nas neurociências para melhorar a qualidade de vida das pessoas”.
Após o sono
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