Casos de perda auditiva tendem a aumentar ao longo dos anos

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As pessoas estão vivendo mais. Esse fato é bom, obviamente, mas também é desafiador. Você já imaginou, por exemplo, que uma população mais velha exige melhores e maiores políticas de saúde, já que muitas doenças aparecem ou pioram com a idade. Uma delas, por exemplo, a perda auditiva incapacitante está concentrada acima dos 60 anos, e tende a piorar com o envelhecimento populacional. "Com o aumento da expectativa de vida, associado à agressão ao aparelho auditivo provocada pela vida moderna (poluição sonora), o número de deficientes auditivos tende a aumentar ao longo dos anos", avalia o otorrinolaringologista do Hospital Cema, Andy de Oliveira Vicente.

No Brasil, cerca de 9,7 milhões de pessoas têm algum tipo de deficiência auditiva, de acordo com dados do IBGE (2010). Apesar de atingir, em grande parte, os idosos, há uma faixa etária de risco, que deve ser observada com bastante cuidado: as crianças. "Temos de concentrar todos os esforços para tentar diagnosticar uma criança com deficiência auditiva incapacitante. O diagnóstico precoce, principalmente nos casos de perda auditiva severa, é fundamental para que a criança tenha um desenvolvimento auditivo e cognitivo próximo ao normal", orienta o médico. Segundo ele, uma medida importante, nesse sentido, foi a implantação do Teste da Orelhinha em todos os recém-nascidos.
Além dessa medida, as inovações na área de reabilitação auditiva têm trazido cada vez mais conforto e qualidade de vida para as pessoas com alguma perda auditiva. "Houve um progresso fantástico nos últimos anos, graças a evolução significativa das próteses auditivas. Isso tem permitido aos deficientes auditivos uma gama cada vez maior de opções, como aparelhos auditivos convencionais, menores, mais potentes, permitindo maior praticidade, interatividade e conectividade", diz. Além disso, existem as próteses auditivas semi-implantáveis e totalmente implantáveis da orelha média, assim como os aparelhos auditivos osseointegrados e os implantes cocleares.

Vale lembrar que os mecanismos de estimulação auditiva do implante coclear e dos aparelhos auditivos são totalmente diferentes. O médico explica que os aparelhos auditivos convencionais agem como amplificadores sonoros, estimulando acusticamente os ouvidos. A adaptação, normalmente, é mais simples, não sendo necessária a realização de terapia fonoaudiológica específica. Já os implantes cocleares estimulam eletricamente o nervo auditivo e são indicados nos casos de perda auditiva severa ou profunda, quando a orelha interna não é mais considerada funcional. Nesse caso, é necessário realizar uma terapia fonoaudiológica específica, principalmente nos primeiros 6 a 12 meses, após a colocação do implante.

"De modo geral, as opções de reabilitação auditiva são inúmeras atualmente e a tendência é que ocorra uma melhora ainda maior nos próximos anos, o que nos deixa mais confiantes e seguros para tratarmos os pacientes portadores dos diversos tipos de perda auditiva", conclui o otorrinolaringologista.

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