HC realiza neurocirurgia com paciente acordado

Através do procedimeto a equipe médica possui contato constante com o paciente, sendo possível identificar alterações nas funções motoras ou de linguagem

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Equipe responsável pelo procedimento realizado em novembro no Hospital da CidadeEquipe responsável pelo procedimento realizado em novembro no Hospital da Cidade
Equipe responsável pelo procedimento realizado em novembro no Hospital da Cidade
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O Hospital da Cidade de Passo Fundo, através do Serviço de Neurologia e Neurocirurgia realizou em novembro a primeira neurocirurgia na instituição, para ressecção de tumor cerebral com paciente acordado. O objetivo é oferecer maior segurança ao paciente: “o procedimento realizado foi uma microcirurgia para ressecção de tumor cerebral, por uma técnica chamada de Awake Craniotomy, do inglês, o qual traduz-se, literalmente, por craniotomia acordada (ou com paciente acordado/a)” explica o neurocirurgião do HC, Alex Roman, membro da American Association of Neurological Surgeons (AANS).
A cirurgia de alta complexidade foi realizada em um paciente de 55 anos com diagnóstico prévio de tumor de pele e posterior hemiparesia direita (diminuição de força em lado direito do corpo). “Este foi o primeiro procedimento a ser realizado com esta técnica na região, sendo poucos os centros a realizar tal procedimento, e a segurança do mesmo exemplifica um maior cuidado com técnicas modernas, apresentando melhores resultados globais de procedimentos neurocirúrgicos” ressalta o neurocirurgião.
A indicação para o procedimento cirúrgico se deve ao fato de o tumor se localizar em uma área importante do sistema nervoso central. “Especificamente no caso, a indicação cirúrgica se dá pelo tumor estar localizado exatamente em área que chamamos de eloquente, neste caso na área motora, sendo que no caso a ressecção além das margens do tumor poderia ocasionar um déficit permanente” esclarece.
Através da craniotomia com paciente acordado, a equipe médica possui contato constante com o paciente, sendo possível identificar alterações nas funções motoras ou de linguagem. Responsável pelo procedimento, Roman destaca que a técnica permite menor risco de déficit pós-operatório, o que se reflete na qualidade de vida do paciente, além da possibilidade de postergar as recidivas do tumor . “Com isso, conseguimos levar uma maior segurança ao paciente de preservação funcional após o procedimento, diminuindo de forma muito significativa os risco inerentes ao procedimento, tanto motores, sensitivos, quanto de linguagem”, destaca o neurocirurgião.
Além de Roman, integraram a equipe para a realização deste procedimento cirúrgico os médicos residentes em neurocirurgia, Vanderson Araújo, Moisés Augusto Araújo, Candice Gehlen Bregalda e o anestesista Jaderson Wollmeister, assim como a instrumentadora cirúrgica, Aida Cristina Scandolara. “É necessário para a realização de tal procedimento uma equipe extremamente coesa, contando com neurocirurgiões, assistentes, e anestesia específica para o caso, com avaliação de preservação de motricidade, sensibilidade e linguagem durante todo o procedimento.” salienta Roman.

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