Aspirina pode reduzir o risco de morte por câncer de próstata

O estudo foi apresentado no Simpósio 2016 de Câncer Genitourinário da ASCO (American Society of Clinical Oncology), que ocorreu recentemente em San Francisco, Califórnia

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Um grande estudo observacional evidenciou que os homens que tomam aspirina regularmente podem ter um risco menor de morrer de câncer de próstata. Homens que tomaram aspirina regularmente após o diagnóstico de câncer de próstata foram menos propensos a morrer da doença. No entanto, a aspirina não afetou a incidência global de câncer de próstata. O estudo foi apresentado no Simpósio 2016 de Câncer Genitourinário da ASCO (American Society of Clinical Oncology), que ocorreu recentemente em San Francisco, Califórnia.
"É prematuro recomendar a aspirina para a prevenção de câncer de próstata, mas os homens com câncer de próstata que já podem se beneficiar dos efeitos cardiovasculares da aspirina podem agora ter mais um motivo para considerar o uso regular de aspirina", disse o principal autor do estudo o médico Christopher Brian Allard, do Hospital Geral de Massachusetts, em Boston. "Ao discutir os potenciais benefícios da aspirina com seus médicos, tanto em termos de saúde cardiovascular e risco de morte por câncer de próstata, os homens também devem considerar os riscos potenciais do uso regular de aspirina."
Estudos prévios sobre a aspirina e prevenção do câncer de próstata têm relatado resultados conflitantes. Segundo os autores, este é o primeiro estudo a concentrar-se especificamente sobre a prevenção do câncer agressivo, clarificando o papel que a aspirina pode desempenhar na prevenção de doença avançada.
Os pesquisadores analisaram dados de 22.071 homens ao longo de 27 anos de acompanhamento, 3.193 homens foram diagnosticados com câncer de próstata. Destes, 403 homens desenvolveram câncer de próstata letal, definido como doença metastática (afetando órgãos à distância) ou morte por câncer de próstata.
Após o ajuste para diferenças de idade, raça, índice de massa corporal e tabagismo, homens sem um diagnóstico de câncer de próstata que tomaram aspirina regularmente (mais de três comprimidos por semana) tinham um risco 24% menor de desenvolver câncer de próstata letal.
Entre os homens com câncer de próstata, o uso regular de aspirina após o diagnóstico foi associado com um risco 39% menor de morrer de câncer de próstata. Em contraste, o uso de aspirina antes do diagnóstico não pareceu ter um benefício mensurável.
Pesquisas ainda serão feitas para continuar a explorar as formas pelas quais a aspirina diminui o risco de morte por câncer de próstata, assim como para determinar quais homens se beneficiariam de aspirina regularmente e qual a dose ideal de uso da aspirina.

*Rodrigo Ughini Villarroel é oncologista do Centro Integrado de Terapia Onco-Hematológica – CITO

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