Alerta para o aumento de casos de sífilis em gestantes

A Sífilis Congênita, ocorre quando a doença é transmitida via placenta para o bebê

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Os cuidados com a saúde durante a gravidez são fundamentais para o nascimento de uma criança saudável. Anualmente, estima-se que três milhões de mulheres dão à luz no Brasil e um número que preocupa, é que destas, segundo dados do Ministério da Saúde, 2% são diagnosticadas com sífilis, uma doença sexualmente transmissível, que traz inúmeros riscos para a mãe e o bebê. No Hospital São Vicente de Paulo (HSVP) de Passo Fundo, exames e cuidados durante o pré-natal e na hora do parto, são realizados para detectar a doença e prescrever o tratamento. Os números de casos de sífilis no HSVP, assim como no país, chamam atenção. Em 2015 foram registrados 105 casos de sífilis em gestantes e 100 casos de sífilis congênita, sendo que neste ano já foram contabilizados 12 casos de sífilis em gestantes e 11 casos de sífilis congênita.
O obstetra que atua no Corpo Clínico do HSVP, José Oswaldo Drum explica que a sífilis é uma doença bacteriana causada pela bactéria “Treponema pallidum”, e os primeiros sintomas da doença são pequenas feridas nos órgãos sexuais e caroços nas virilhas (ínguas). “Na metade do século passado a sífilis matou muitas pessoas. Nos anos 40 com o advento da Penicilina, medicamento para o tratamento, houve uma diminuição da ocorrência de casos de sífilis. Na década de 80, com o surgimento do vírus HIV (AIDS) voltaram a ter bastante casos da doença, em função da imunidade baixa das pessoas, passando a ser novamente um caso de saúde pública”, relata o especialista, salientando que o descuido das pessoas com as doenças sexualmente transmissíveis, fez com que, aumentasse o número de casos da doença nos últimos anos.
Nas gestantes, segundo Drum a doença preocupa ainda mais pois, possui o agravante da transmissão vertical, ou seja, da doença passar da mãe para o feto.“A preocupação é tanta, que hoje em dia, rastreia-se a mãe em no mínimo três momentos, no início da gravidez, no meio e antes do nascimento do bebê. Também é uma obrigatoriedade do Ministério da Saúde e do SUS, que todas as pacientes façam o exame de sífilis antes do parto”, salienta o obstetra, reiterando a importância do diagnóstico precoce. “Quando o diagnóstico é feito no pré-natal, é realizado o tratamento com o medicamento Penicilina para mãe e o parceiro. O tratamento é rápido, barato e eficaz”.
Sífilis Congênita requer cuidados com o recém-nascido
A Sífilis Congênita, ocorre quando a doença é transmitida via placenta para o bebê. Conforme Drum, a mãe que teve Sífilis e não tratou, pode vir a transmitir a doença para o feto. “Quando o diagnóstico de sífilis congênita é feito, o bebê recebe os cuidados desde o momento do parto, com o tratamento no hospital e o acompanhamento. Se não tratada, a sífilis pode causar alterações neurológicas, lesões oculares, lesões em grandes vasos, lesões cutâneas e problemas renais, no bebê”, enfatiza.
No HSVP só neste mês foram notificados 11 casos de sífilis congênita, número maior que 2015 quando foram 10 casos e um aumento significante quando comparado a 2014 quando foram notificados quatro casos, durante todo o mês. “A sífilis ainda é uma preocupação de saúde pública. As pessoas precisam se conscientizar a cerca dos cuidados e métodos de prevenção para esta doença. As gestantes devem fazer o pré-natal e todos os exames necessários, para se ter um diagnóstico precoce e o tratamento preciso”, enfatiza Drum, frisando ainda, a importância do pré-natal para a saúde da mãe e bebê.

 

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