Ministério lança campanha voltada à saúde da população trans

O objetivo é informar e conscientizar toda a sociedade, bem como profissionais de saúde, trabalhadores e gestores do Sistema ?snico de Saúde (SUS) sobre garantias ao atendimento considerando as especificidades de saúde dessa população.

Por
· 2 min de leitura
Você prefere ouvir essa matéria?
A- A+

Foi lançada no final de janeiro, no Ministério da Saúde, em Brasília, a campanha “Cuidar bem da saúde de cada um. Faz bem para todos. Faz bem para o Brasil”, com foco na saúde integral, atendimento humanizado e respeito para as travestis, mulheres transexuais e homens trans. O objetivo é informar e conscientizar toda a sociedade, bem como profissionais de saúde, trabalhadores e gestores do Sistema Único de Saúde (SUS) sobre garantias ao atendimento considerando as especificidades de saúde dessa população. “A ampliação do acesso das travestis, das mulheres transexuais e dos homens trans aos serviços de saúde passa pelo respeito ao nome social e pelo enfrentamento à discriminação por identidade de gênero, construída a partir de como a pessoa se reconhece ou se apresenta. Hoje temos relatos de preconceito e discriminação. Por isso, temos a obrigação de abordar o tema”, disse no evento a secretária de Gestão Estratégica e Participativa do Ministério da Saúde, Lenir Santos.

A campanha foi desenvolvida em parceria com o Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos e faz alusão ao Dia da Visibilidade Trans, comemorado em 29 de janeiro. Serão distribuídas 200 mil cartilhas e 100 mil cartazes para unidades de saúde, secretarias estaduais, conselhos de saúde, Comitês de Saúde LGBT e para os serviços de assistência social e direitos humanos que atendem a essa população nos estados. Também serão veiculadas nas redes sociais mensagens e vídeos de sensibilização e informações sobre as necessidades de saúde e os direitos das travestis, das mulheres transexuais e dos homens trans.

O secretário Especial de Direitos Humanos do Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos, Rogério Sottili, lembrou a importância de uma campanha de promoção da saúde desta população para que se possa, cada vez mais, respeitar as diferenças. “Muitas vezes, não conseguimos conceber os diferentes em nosso país. Especialmente, com a população de travestis, mulheres transexuais e homens trans, nós não conseguimos entender essas pessoas como sujeitos de direito”, avaliou.

De acordo com o II Relatório sobre violência homofóbica no Brasil, produzido pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República em 2012, 4.851 pessoas foram vítimas de violações relacionadas à população LGBT, tendo sido registradas 3.084 denúncias. Além disso, estudo realizado por pesquisadores da Universidade Estadual do Piauí (UESPI) e da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), entre março de 2010 e julho de 2011 com 207 professores de 144 escolas de medicina, apontou que questões como a orientação sexual e a identidade de gênero são pouco discutidas e estudadas durante a formação profissional.

Gostou? Compartilhe