ONU prega "mudança radical de vida" contra câncer: só 1/10 tem origem genética

Nicolas Lazaretti é oncologista do Centro Integrado de Terapia Onco-Hematológica ?EUR" CITO

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 "De cada 10 casos de câncer, só um tem origem puramente genética", ressaltou o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, na quinta-feira, 4 de fevereiro, Dia Mundial contra o Câncer.  Ele lembrou que o aumento do número de casos da doença em pessoas cada vez mais jovens é um "triste sinal" de que o corpo humano não suporta o modo de vida moderno.

"O triste sinal é que o modo de vida do mundo moderno não é um modo de vida da qual a nossa máquina foi desenvolvida para suportar. Suportar, por exemplo, os males do tabaco, da ingestão abundante de álcool, os males dos alimentos artificiais ou do açúcar em excesso. Por isso a gente começa a ver cada vez mais casos de câncer em pessoas jovens, o que no passado era uma coisa extremamente rara."

Pela previsão do Instituto Nacional de Câncer, o Brasil deve registrar neste ano mais de 596 mil novos casos, principalmente de pele, próstata, mama, cólon e reto. Ban Ki-moon também defendeu o "fim das tragédias" associadas ao câncer. Segundo ele, um terço dos casos poderiam ser evitados, muitos podem ser curados se o estágio for inicial e mesmo em casos de câncer avançado, "os pacientes devem ter o benefício dos cuidados paliativos". Também pediu o "fim da injustiça ligada ao sofrimento de uma condição que pode ser prevenida".

A mensagem do chefe da ONU foca no câncer cervical, que afeta principalmente mulheres dos países mais pobres do mundo, onde são diagnosticados oito entre 10 casos. Ele lembrou que já existem o conhecimento e as ferramentas necessárias para que todas as mulheres do mundo sejam protegidas. Ele cita alguns exemplos de prevenção do câncer cervical: vacinas para evitar o HPV, exames ginecológicos e tratamento preventivo no pré-câncer.

Outro câncer muito comum entre as mulheres é o de mama. Ao ser questionado pela Rádio ONU sobre o número cada vez maior de pacientes jovens, o médico revelou que o fator hereditário tem pouca relação.

Nicolas Lazaretti é oncologista do Centro Integrado de Terapia Onco-Hematológica – CITO

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