O dia 8 de abril é lembrado mundialmente como Dia de Combate ao Câncer. A data tem objetivo de conscientizar a população sobre os cuidados de prevenção da segunda doença que mais mata pessoas em todo o mundo: o câncer. Atualmente, 8,2 milhões de pessoas morrem por ano de câncer no mundo. O oncologista clínico Pedro Braghini do Hospital São Vicente de Paulo (HSVP) de Passo Fundo explica que câncer é um problema de saúde pública, especialmente nos países em desenvolvimento, sendo esperados em torno de 20 milhões de casos novos para 2025. No Brasil estima-se que, no biênio 2016-2017, surjam 600 mil novos casos de câncer. Excetuando-se os tumores de pele não melanoma, ocorrerão cerca de 420 mil casos novos. Ainda, segundo O especialista no Rio Grande do Sul são esperados 24.460 casos em homens e 20.440 casos em mulheres. Os tipos mais comuns em nosso estado são, nos homens, próstata, pulmão, cólon e reto, esôfago, cavidade oral e estômago, e nas mulheres, são mais frequentes o câncer de mama, cólon e reto, pulmão, colo de útero e estômago.
Braghini explica que câncer é um termo genérico para um grande grupo de doenças que podem afetar qualquer parte do corpo, cuja melhor abordagem é preventiva. Ele enfatiza que os principais fatores de risco a nível mundial são o tabagismo, abuso de álcool, dieta inadequada e sedentarismo. Quando descoberto, precisa de uma ação rápida. “Com o diagnóstico definido de câncer, é importante procurar médicos especialistas que, em conjunto, vão definir a melhor estratégia caso a caso. Em outras palavras, o tratamento que obtém os melhores índices de cura envolve um time multidisciplinar, composto por cirurgiões, oncologistas clínicos, radioterapeutas, além de outros profissionais como enfermeiros, nutricionistas, psicólogos, fonoaudiologistas, entre outros”, evidencia o oncologista.
Quando ao diagnóstico do câncer, Braghini comenta que existe um estigma muito grande associada porque, ele é imediatamente associado à sofrimento e morte. “A luta contra o câncer passa pelo enfrentamento rápido da doença, já que "negar" a possibilidade da doença, ou mesmo retardar o início do tratamento, pode comprometer seriamente as chances de cura. Mas isso está mudando. As campanhas de prevenção e a melhoria dos métodos de diagnóstico e tratamento estão mudando esse paradigma para uma abordagem mais otimista de melhor sobrevida com qualidade de vida, mesmo quando a cura não é possível”, evidencia o especialista, reiterando que cada tipo de câncer demanda um protocolo específico de tratamento, que pode incluir cirurgia, radioterapia, quimioterapia, imunoterapia, drogas alvo isolados ou, mais frequentemente, em combinação. “O tratamento do câncer tem evoluindo bastante. Com a adoção dos melhores tratamentos disponíveis, as taxas de curas em adultos podem chegar cerca de 70 %”.
Informar e prevenir é fundamental
Assim como em outros doenças, com o câncer também a prevenção é fundamental. “Mais de 30% das mortes por câncer poderiam ser prevenidas através da modificação ou eliminação dos principais fatores de risco”, informa Braghini reiterando algumas medidas que podem ser tomadas para que a prevenção aconteça. “Não fumar. O fumo é o fator de risco isolado mais importante causando 20 % das mortes globais por câncer e cerca de 70 % das mortes globais por câncer de pulmão. Manter o peso, através de uma dieta saudável, rica em frutas, legumes e verduras, com restrição de carnes vermelhas e carnes processadas; praticar atividade física regularmente; evitar excesso de bebidas alcoólicas; adotar medidas de proteção contra o papilomavirus humano (vírus HPV) e vírus da hepatite B (vacinação); evitar exposição solar excessiva, sobretudo entre 10-16 horas; e evitar contato com poluição do ar”.
O diagnóstico precoce também é importante na prevenção do câncer, por isso fazer exames regularmente é fundamental. “Os exames indicados para prevenção do câncer incluem, mamografia e ultrassonografia mamária (mama), exame de papanicolau (colo de útero), colonoscopia (cólon e reto), toque retal e dosagem do PSA (próstata), entre outros”.