O tratamento oncológico induz na redução grave de peso principalmente nos casos de câncer localizados nas regiões: cabeça e pescoço, gástricos, hepáticos e pâncreas.
Essa redução de peso se deve ao estímulo metabólico causado pelo próprio tumor, efeitos do tratamento e ainda fatores psicológicos.
Considerando a influência do tumor, ele induz a fatores que aceleram o metabolismo e a diminuição da massa muscular, auxiliando na redução de peso, além de interferir nos centros de controle da fome e saciedade influenciando muito na plenitude gástrica, ou seja, proporcionando perda de apetite.
Além disso, existem os fatores relacionados ao tratamento principalmente quando submetido a quimioterapia, a qual interfere também na redução de apetite além de interferir na função intestinal e ocorrência de náuseas.
O problema é que quando inicia uma perda grave de peso, o organismo tende a se estimular cada vez mais e com isso agravar ainda mais o quadro clínico. Esse processo é denominado de caquexia.
A caquexia é uma consequência patológica onde as células inflamatórias presentes no tecido tumoral podem contribuir para o desenvolvimento e manutenção do câncer, através da liberação de potentes mediadores solúveis que regulam fatores como a sobrevivência e proliferação das células. Um terço dos óbitos por câncer é atributível à caquexia, em vez de diretamente decorrente do crescimento do tumor por si só.
É importante cuidar para que a alimentação consiga suprir essa demanda energética, com um aporte proteíco de alto valor biológico e minimizada de açúcares. Tendo em vista que quando o indivíduo não consegue ingerir o valor energético necessário, podemos recorrer a módulos de proteína e suplementos alimentares geralmente utilizados nessa situação.
O ideal é iniciar um planejamento alimentar adequado logo após o diagnóstico e inicio do tratamento justamente para prevenir a perda grave de peso e melhorar a qualidade de vida desses pacientes.
Jureci Machado é nutricionista do Centro Integrado de Terapia Onco-Hematológica(CITO).