O diabetes, doença que atinge cerca de 415 milhões de pessoas ao redor do mundo e cerca de 13 milhões de brasileiros é a segunda maior causa de doença renal crônica. De acordo com a Sociedade Brasileira de Nefrologia, 30% dos portadores do Diabetes tipo 1 e entre 10 a 40% dos diabéticos do tipo 2 podem apresentar problemas renais. No mundo, o diabetes já é a principal causa de doença renal crônica.
A obesidade é um fator de risco para a doença renal crônica, deixando ainda mais suscetível a problemas renais os diabéticos que estão acima do peso ou que já sejam considerados obesos. Hipertensos e aqueles com histórico familiar de problemas renais devem se manter vigilantes quanto ao bom funcionamento dos rins. O papel do nefrologista no acompanhamento do paciente com diabetes é de fundamental importância para prevenir a manifestação de doenças renais e para garantir a detecção precoce dos mínimos sinais de comprometimento do órgão responsável pela filtragem do sangue. O diagnóstico precoce possibilita que os órgãos não sejam completamente comprometidos, evitando a necessidade de terapias renais substitutivas, como hemodiálise ou transplante renal.
Por isso, o Centro de Obesidade e Diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, que oferece atendimento multidisciplinar ao paciente diabético, alerta sobre a importância do acompanhamento periódico da função renal. De acordo com a Dra. Carmen Tzanno, nefrologista da Instituição, os exames laboratoriais, como o de sangue para dosar a creatinina, o exame de urina para detectar a presença da proteína, e o ultrassom renal, são recomendados na avaliação do bom funcionamento dos rins. “É importante que o diabético realize o acompanhamento periódico da função renal, já que a presença de proteína na urina é um dos primeiros sinais de que os rins estão sendo acometidos pela doença”, afirma a especialista.
A especialista alerta que a nefropatia diabética pode se manifestar alguns anos após o paciente ser diagnosticado com diabetes. O comprometimento da função renal não apresenta sintomas e os danos são irreversíveis, podendo chegar à insuficiência renal crônica, que ocorre quando há a falência total de ambos os rins, levando o paciente ao processo de terapia renal substitutiva, seja diálise ou transplante renal.
Proteger e adiar
Mesmo os pacientes que já apresentam insuficiência renal podem retardar e até não evoluírem para a terapia renal substitutiva. O acompanhamento médico regular e o controle dos índices glicêmicos, de pressão arterial, de peso, da dislipidemia e o uso de drogas para controle da proteinúria, podem adiar em alguns anos o início da hemodiálise. “A aderência do paciente e a ausência de comorbidades são determinantes para o paciente retardar sua entrada em diálise”, afirma a nefrologista do Centro de Obesidade e Diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.
Portadores de diabetes têm 30% de chance de desenvolver insuficiência renal
· 2 min de leitura