Câncer bucal: Doença já é a sexta na lista das que mais acometem brasileiros

A maioria das pessoas não tem conhecimento adequado sobre a existência do câncer de boca, não sabem quais os principais fatores de risco e não realizam o autoexame

Por
· 2 min de leitura
Você prefere ouvir essa matéria?
A- A+

Aparecimento de feridas na boca que não cicatrizam em uma semana, ulcerações superficiais que sejam indolores (podendo sangrar ou não), manchas esbranquiçadas ou avermelhadas nos lábios ou na mucosa bucal, dificuldade para falar, mastigar e engolir, além de emagrecimento acentuado, dor e presença de linfadenomegalia cervical (caroço no pescoço) são alguns dos sinais do câncer de boca em estágio avançado.
O câncer bucal é uma doença que afeta, além da região da boca, a garganta, incluindo lábio, mucosa bucal, gengivas, palato duro, língua e assoalho da boca. Está entre os seis primeiros tipos de cânceres mais comuns no Brasil e que todo ano, atinge mais de 15.000 brasileiros. Este valor corresponde a um risco estimado de 11,54 novos casos para cada 100.000 homens e 3,92 para cada 100.000 mulheres, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA).
A maioria das pessoas não tem conhecimento adequado sobre a existência do câncer de boca, não sabem quais os principais fatores de risco e não realizam o autoexame.
O tabagismo e o uso de álcool são os principais fatores de risco para o desenvolvimento do câncer bucal. Pessoas que fumam e consomem bebidas alcoólicas excessivamente têm maior risco de desenvolver doença. Quanto maior for o número de cigarros e de doses de bebidas consumidos, maior o risco de desencadear o câncer de boca.
Na maioria das vezes, o câncer bucal não apresenta sintomas dolorosos no início, mas 80% dos casos da doença são diagnosticados de forma tardia, o que influencia diretamente na eficácia do tratamento e possibilidade de cura, conforme salienta a professora do Curso de Odontologia da IMED que atua na área de saúde coletiva, Dra. Lilian Rigo.
“O câncer de boca tem cura, principalmente quando identificado e tratado no início. Adicionado a isso, os tratamentos são menos agressivos e o prognóstico é melhor. Dessa forma, a importância de diagnosticar precocemente na sua fase inicial, sem avanços da doença e sem metástases em outros órgãos. Para isso, os indivíduos devem estar atentos a alguns sinais e sintomas, como, dificuldade em engolir alimentos e emagrecimento acentuado, porém, esta patologia não apresenta sintomatologia dolorosa no início”, explica.

Prevenção e diagnóstico

“A prevenção e o diagnóstico precoce são as principais medidas para evitar essa doença.  Pessoas com mais de 40 anos de idade, dentes fraturados, fumantes e portadores de próteses mal ajustadas devem evitar o fumo e o álcool, promover a higiene bucal, ter os dentes tratados e fazer uma consulta odontológica de controle a cada ano. Outra recomendação é a manutenção de uma dieta saudável, rica em vegetais e frutas, além de evitar a exposição ao sol sem proteção (filtro solar e chapéu de aba longa) e combater o tabagismo”, destaca a dentista.
A taxa global de sobrevida de pessoas acometidas pelo câncer bucal em 5 anos é de 38,71%, e o tempo mediano de sobrevida é de 23 meses, sendo necessário uma maior atenção a doença na população acima de 40 anos, principalmente em homens.

Gostou? Compartilhe