Colonoscopia na prevenção do câncer de intestino

No futuro, ninguém morrerá de câncer do intestino

Por
· 1 min de leitura
Você prefere ouvir essa matéria?
A- A+

No futuro, ninguém morrerá de câncer do intestino.
Primeiro, porque tumores malignos localizados no intestino delgado (duodeno, jejuno e íleo) são raríssimos; depois, porque as lesões que se desenvolvem no intestino grosso (cólon, sigmoide e reto) podem ser retiradas pela colonoscopia ainda na fase pré-maligna.
Na maioria dos casos, o câncer de intestino se desenvolve em lesões precursoras que adquirem a forma de pequenas verrugas: os pólipos. O pólipo pode sofrer um processo de transformação maligna, que geralmente demora muitos anos, às vezes mais de 5 a 10 anos.
A colonoscopia é um exame que nos permite avaliar toda a parte interna do intestino através de uma endoscopia, acessando a mucosa e verificando a presença de algum pólipo ou lesão suspeita. No mesmo exame pode ser realizado uma biópsia ou retirada deste pólipo descoberto. O exame, portanto é capaz de fazer o diagnóstico e tratamento destas lesões.
Embora seguro, o exame não é desprovido de riscos: em cada 1.000 procedimentos, um a dois pacientes sofrem complicações que vão de sangramentos a perfurações da parede intestinal. Além disso, há a questão dos custos do exame, a necessidade de sedação e de pessoal treinado e o desconforto do preparo com laxantes para esvaziar completamente o conteúdo intestinal.
Por essas limitações, a prevenção por meio da colonoscopia não deve ser indicada aleatoriamente, mas ater-se às situações em que existe risco maior de desenvolver câncer de cólon.
De forma geral indicamos o exame a todos os pacientes acima dos 50 anos, mesmo sem sintomas, pois nesta idade é mais frequente o desenvolvimento dos pólipos.
Outras indicações podem mudar a idade do exame: doença inflamatória intestinal (Doença de Crohn e Retocolite Ulcerativa), polipose familiar e em pacientes que apresentam história familiar de câncer de intestino. Neste último grupo sugere-se que o exame seja feito 5-10 anos antes da idade que o tumor apareceu no familiar.

Luis Alberto Schlittler - oncologista do Centro Integrado de Terapia Onco-Hematológica (CITO). Responsável Tumores Gastrointestinais, Sistema Nervoso Central e Pulmão.

Gostou? Compartilhe