O dia 28 de maio é lembrado no Brasil como dia de Redução da Mortalidade Materna. Problema considerado um desafio para a sociedade, pois ainda afeta muitas mulheres no país e no mundo. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), desde a década de 90, o número de óbitos diminuiu 45% em todo o mundo. O Hospital São Vicente de Paulo (HSVP) de Passo Fundo, preocupado com a saúde das mulheres, possui um Comitê de Mortalidade Materna e Neonatal (CMMN), além de uma estrutura de alta complexidade, referência no interior do estado.
“A morte materna é a morte da mulher durante a gestação ou até um ano após o parto , independente da duração ou localização da gravidez , sendo dividida em morte materna diretamente ligada à gestação ou indireta, quando decorre de outras diversas causas”, explica a enfermeira do Núcleo de Vigilância Epidemiológica Hospitalar do HSVP Cláudia Deon. Ela informa ainda que no HSVP foram notificados, quatro mortes materna em 2014, quatro em 2015 e quatro até maio deste ano, de municípios da região.
Conforme a médica obstetra e presidente do CMMN do HSVP, Dra. Giovana Donato a causa mais frequente de mortalidade materna no Brasil e no mundo é a hipertensão arterial na gestação. “A hipertensão ou pré-eclâmpsia, devido às suas possíveis e graves complicações, ainda leva muitas mulheres à morte, além de ser grande causa de prematuridade, morbidade e mortalidade para os bebês. Outras causas de mortalidade materna são complicações hemorrágicas e infecciosas ligadas a gestação”, destaca a especialista.
Entre as formas de reduzir as taxas de mortalidade materna, está o planejamento da gestação, especialmente se a mãe já é portadora de alguma doença crônica. “Deverá haver uma consulta pré-concepcional para avaliação de potenciais riscos à gestação e planejamento do melhor momento para engravidar. Já durante a gestação, é fundamental iniciar o acompanhamento pré-natal o mais precoce possível, para avaliação clínica e realização de exames para assistir a evolução da gestação”, enfatiza a obstetra, salientando ainda que é preciso procurar locais com profissionais habilitados e locais devidamente equipados para o atendimento da gestante. “Além de equipamentos de alta complexidade, o HSVP disponibiliza equipe especializada para atendimento de alto risco”.
Comitê de Mortalidade Materna e Neonatal
A vigilância epidemiológica dos casos de mortalidade materna é uma atribuição de municípios e estados. O Comitê de Mortalidade Materna e Neonatal do HSVP auxilia os órgãos municipais e estaduais na apuração de estatísticas referentes a estas problemáticas. “O CMMN é constituído por médicos obstetras e pediatras e enfermeira e tem por objetivo fazer o levantamento junto ao NVEH do número e das causas dos óbitos maternos, que são encaminhados para a Secretária Municipal de Saúde. O Comitê ainda discute ações futuras que podem ser adotadas para evitar a mortalidade materna.”, informa Cláudia.